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Petrobras avalia que negociações avançam na Bolívia, mas ainda ´há longo caminho´

Os governos brasileiro e boliviano esperam apenas o "sinal verde" dos grupos técnicos para remarcar a reunião ministerial, inicialmente prevista para esta segunda, mas que foi adiada na semana passada, ainda sem definição de nova data

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas, disse nesta segunda-feira que as negociações com o governo boliviano estão indo bem, mas há ainda "um longo caminho a percorrer" para chegar a um acordo sobre os novos contratos de concessão. Ao lado do gerente executivo da estatal para o Cone Sul, Décio Odone, Freitas participou de uma reunião com o ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, e a direção da estatal local YPFB. A reunião levou pouco mais de duas horas e, segundo Villegas, tratou de termos técnicos a respeito dos novos contratos. "Estamos discutindo e analisando os principais termos", afirmou, sem dar maiores detalhes. Freitas também se eximiu de maiores comentários. Segundo informações extra oficiais, a comitiva da estatal brasileira também se encontraria com o vice-presidente Álvaro García Linera, o que não foi confirmado até o início da noite desta segunda-feira. Villegas afirmou que os governos brasileiro e boliviano esperam apenas o "sinal verde" dos grupos técnicos para remarcar a reunião ministerial, inicialmente prevista para esta segunda, mas que foi adiada na semana passada, ainda sem definição de nova data. "Os grupos técnicos não terminaram o trabalho, mas, assim que terminarem, vamos marcar a reunião com o ministro Silas (Rondeau), de Minas e Energia", disse. A idéia é que um encontro entre os dois ministros só seja realizado depois que Petrobras e o governo boliviano cheguem a um consenso. Os contratos devem ser assinados até o próximo dia 28 e, segundo o governo boliviano, as conversas com as petroleiras que operam no País já estão em sua fase final. Nesta segunda-feira, Villegas se reuniu com Petrobras, a francesa Total e a britânica BG. "À medida em que o processo de negociações se acelera, vamos precisar marcas mais reuniões por dia", afirmou. As empresas não ficaram satisfeitas com os termos propostos pelo governo, que as transforma em prestadoras de serviços para a YPFB, sem direito a gestão sobre os campos de petróleo. Segundo um executivo de multinacional com operações na Bolívia, as companhias estão tentando sair da modalidade de prestação de serviços para a modalidade de produção compartilhada, segundo a qual seriam sócias da estatal local. Os dois modelos estão previstos na Lei de Hidrocarbonetos de abril de 2005, que regula a nacionalização do setor. Com contratos de produção compartilhada, explica a fonte, os concessionários teriam direito a parte da produção dos campos. No modelo proposto, toda a produção deve ser entregue à YPFB, que remunera as empresas pela operação dos poços. O ministério dos Hidrocarbonetos espera receber nesta terça-feira os resultados preliminares das auditorias feitas nos campos de petróleo concedidos à companhias privadas no país, que vão balizar as conversas sobre remuneração e investimentos em cada projeto. Segundo Villegas, os números serão apresentados e discutidos com cada empresa a partir de quarta-feira.

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