Da mesma forma que a expectativa favorável com as pesquisas eleitorais puxou para cima os papéis da Petrobrás - que avançaram nos dez últimos pregões -, a decepção com o Ibope levou a uma realização de lucros. E o movimento contagiou o mercado, fazendo com que a Bovespa terminasse em baixa, na contramão do exterior.
O Ibovespa encerrou em queda de 0,97%, aos 57.419,96 pontos. Na mínima, registrou 57.142 pontos (-1,45%) e, na máxima, 57.983 pontos (estável). No mês, acumula ganho de 8% e, no ano, de 11,48%. O giro financeiro totalizou R$ 6,282 bilhões.
Petrobrás PN caiu 2,41% e a ON, 3,75%. Eletrobras ON recuou 3,80%, PNB, 1,32%, mas Banco do Brasil ON subiu 0,79%. O levantamento do Ibope não confirmou a expectativa do mercado de melhora consistente das intenções de voto no candidato do PSDB, Aécio Neves, que pudesse colocá-lo em posição de empate técnico com Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno, como sugeriam os dados de Datafolha e Sensus.
Dilma está com 38% das intenções de voto, ante 39% no levantamento anterior. Aécio aparece com 22%, ante 21% na anterior, e Eduardo Campos (PSB), com 8%, de 10% antes. Em um eventual segundo turno, entre Dilma e Aécio e Dilma e Campos, a petista venceria Aécio e Campos por 8 e 12 pontos, respectivamente, se a eleição fosse hoje.
A realização, no entanto, foi contida porque a rejeição à presidente Dilma ainda é muito elevada, de 36%, ante 16% de Aécio. E isso pode levar votos para a oposição.
Em Nova York, a trégua nas preocupações com a Rússia, a expectativa de que a taxa dos Fed Funds continuará nos atuais níveis por mais tempo e balanços corporativos favoráveis ajudaram os índices acionários, com exceção do Dow Jones, que caiu 0,16%, aos 17.086,63 pontos. O S&P 500 avançou 0,18%, aos 1.987,01 pontos, e o Nasdaq subiu 0,40%, aos 4.473,70 pontos.
As ações da Apple, Dow Chemical, PepsiCo e outras companhias que divulgaram resultados acima das expectativas sustentaram o S&P 500 e Nasdaq. Por outro lado, pesou no Dow Jones a queda nos papéis da Coca-Cola, que anunciou lucro abaixo do previsto, e da Boeing. O resultado da fabricante de aeronaves superou as projeções dos analistas, mas trouxe detalhes, como previsão de fluxo de caixa, que deixaram os investidores cautelosos.