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Petrobrás capta US$ 750 mi no Japão

Pool de bancos concederá recursos em condições ?razoáveis?

Por Kelly Lima
Atualização:

A Petrobrás anunciou ontem uma nova captação de recursos no mercado internacional, desta vez de US$ 750 milhões, junto a um pool de bancos japoneses. O contrato, firmado no último dia 10 de dezembro, tem prazo de dez anos e seguro da agência de fomento à exportação japonesa Nippon Export and Investment Insurance (Nexi). É o terceiro financiamento que a Petrobrás toma no mercado internacional desde o início de novembro, quando a crise financeira mundial se agravou. No total, em 2008, a companhia captou US$ 8,25 bilhões entre o mercado nacional e internacional. Segundo o diretor-financeiro da companhia, Almir Barbassa, não há intenção de voltar ao mercado este ano. "O ano já está praticamente encerrado. Acho que não cabe mais nada", disse. Segundo ele, as condições oferecidas pelo pool japonês foram "extremamente atrativas". Ele não quis citar detalhes do financiamento porque afirmou que no contrato "o outro lado exige confidencialidade". O diretor comentou, porém, que as condições foram "favoráveis" e próximas do que a companhia havia obtido com outros bancos internacionais em novembro. "Esse tipo de mercado de agência de crédito à exportação tem contribuído muito com o financiamento de novos investimentos. É claro que as condições não são as mesmas de um ano atrás, mas estão bastante razoáveis", comentou. Participam do pool os bancos Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC), Mizuho Corporate Bank (Mizuho) e Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ, Ltd. (BTMU). Barbassa lembrou que o financiamento feito junto ao pool dos bancos japoneses tem como objetivo atender a necessidade de investimentos na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), para aumentar a capacidade de processamento de óleo pesado, melhorar a qualidade do diesel e da gasolina produzidos e diversificar o conjunto de produtos processados. "Já estamos pensando no ano que vem", disse, negando que a captação tenha sido para atender necessidade de caixa. A desconfiança sobre uma possível dificuldade que a Petrobrás pudesse estar enfrentando em seu caixa foi levantada pelo senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) no fim do mês passado. O senador revelou em plenário que a estatal havia recorrido a um financiamento de R$ 2 bilhões junto à Caixa Econômica Federal (CEF) não para cumprir investimentos, mas para cobrir despesas operacionais. A estatal explicou ao mercado que os recursos foram necessários, por causa, principalmente, do montante de royalties cobrados sobre sua produção de petróleo no terceiro trimestre, ainda com o valor superior a US$ 100 por barril. No mercado financeiro, a nova captação da Petrobrás teve repercussão positiva. "Este é o terceiro financiamento que a empresa consegue desde novembro e isso mostra que existem formas de captar mesmo em cenário adverso", disse Luís Otávio Broad, da corretora Ágora. Para outro analista de instituição financeira de São Paulo, a Petrobrás está agora fazendo o que "qualquer empresa faz". "A Petrobrás está buscando no mercado os recursos para financiar os seus investimentos e não utilizando o seu fluxo de caixa para isso. É o ideal", comentou. Ambos consideram que ainda é prematuro para a empresa anunciar o seu programa de investimentos para os próximos cinco anos e acreditam que no próximo dia 19 a estatal deverá anunciar uma programação mais genérica, apenas com a previsão de investimentos para 2009. "É preciso que o preço do barril do petróleo e a taxa de câmbio se estabilizem para que a companhia tenha parâmetros para se programar no longo prazo. Isso deve acontecer ao longo de 2009", comentou Broad.

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