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Petrobras contorna atrasos na operação de plataformas

Por Kelly Lima e COLABOROU TATIANA FREITAS
Atualização:

Na corrida contra o tempo para tentar cumprir sua meta de produção diária, a Petrobras deve enfrentar neste ano mais atrasos na entrada em operação de suas plataformas, além de ter que abrir mão de projetos que apresentaram problemas técnicos. Isso tem obrigado a empresa a remanejar plataformas de produção antigas para desenvolver novos campos. A possibilidade de utilizar unidades antigas, em vez de construir novos sistemas, é vista como uma forma de antecipar a entrada em operação de novos campos e otimizar a produção da empresa, além de reduzir custos operacionais. É o caso, por exemplo, da triangulação que está acontecendo com o campo de Golfinho, no Espírito Santo, e os campos de Jabuti e de Cachalote, na Bacia de Campos. A queda na pressão e o aumento na produção de água do reservatório do campo de Golfinho levaram a companhia a desistir de contratar uma nova plataforma para a terceira fase de exploração da área, afirmou hoje o diretor financeiro Almir Barbassa, em teleconferência com analistas de mercado. A idéia agora é manter apenas o módulo 2 de Golfinho, já que o módulo 1 não rendeu o que era esperado. Dos 100 mil barris por dia, apenas 30 mil puderam ser produzidos. No módulo, ficou o FPSO Cidade de Vitória, que iniciou a produção em novembro do ano passado e deverá concentrar também a produção do módulo 1. A unidade tem capacidade para comprimir e desidratar até 3,5 milhões de metros cúbicos diários de gás, além da produção dos 100 mil barris por dia. Já o FPSO Capixaba, que operava no módulo 1, foi transferido para Cachalote, no Parque das Baleias, localizado na Bacia de Campos. Inicialmente, o campo seria atendido pelo FPSO Seillean, que hoje está fazendo o Teste de Longa Duração (TLD) no campo de Jabuti. Este, por sua vez, terá um atraso na entrada em operação de seu sistema definitivo, com o FPSO Cidade de Vitória. A unidade só estará pronta para entrar em operação em dezembro e não mais em setembro, como previsto anteriormente. Além desses percalços com unidades de pequeno porte, a Petrobras ainda deve enfrentar atrasos na entrada em operação da P-51 e da P-53, estes sim sistemas de elevada produção (180 mil barris diários). Ambas estavam previstas para entrar em operação no segundo semestre, mas a expectativa inicial era de que isso ocorreria no início do período. Hoje, porém, Barbassa, afirmou que o primeiro óleo de cada unidade deve ser retirado respectivamente em novembro e dezembro, o que transfere para meados do próximo ano o alcance do pico de produção.

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