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Petrobrás corre contra o tempo para não perder concessões

Analistas esperam que os anúncios de descobertas de óleo se tornem cada vez mais freqüentes

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A proximidade do fim do prazo de exploração das áreas abaixo da camada de sal na Bacia de Santos vai acelerar o ritmo das descobertas de petróleo e gás na região. Segundo analistas, os comunicados da Petrobrás serão cada vez mais freqüentes. O detalhamento dos volumes de óleo, porém, deve levar algum tempo, já que a empresa optou por estender o programa de avaliação de projetos. "A Petrobrás vai ficar anunciando descobertas até o ano que vem. E olha que eles só têm três sondas de perfuração lá. Imagina quando chegarem as novas", diz o geólogo Márcio Mello, da HRT Solutions, referindo-se aos equipamentos contratados pela estatal. Segundo ele, a Petrobrás já identificou os melhores locais para perfuração e, por isso, é baixo o risco de não fazer descobertas. No fim do ano, vence o prazo de exploração dos blocos adquiridos na segunda rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) (BM-S-8, BM-S-9, BM-S-10 e BM-S-11). Em todos, há descobertas de reservatórios: Bem-te-vi; Carioca e Guará; Parati; Tupi, Tupi Sul e Iara; respectivamente. Para Carioca e Tupi, a estatal já obteve aprovação para tocar planos de avaliação das jazidas, garantindo maior prazo para os trabalhos. Há, no mercado, quem compare a fase atual com o final do prazo exploratório dos blocos da Rodada Zero, áreas concedidas à Petrobrás antes do fim do monopólio. O prazo exploratório dessas concessões terminou em 2003, período de grande atividade petrolífera no litoral brasileiro. Só naquele ano, 81 declarações de descoberta foram entregues à ANP. No ano seguinte, outras 74 notificações foram feitas. Os números são inferiores aos de 2006 (88) e 2007 (110), mas, nesses anos, há um grande número de poços perfurados em terra, reflexo do surgimento de pequenas petroleiras no País. Entre o fim de 2002 e 2004 a Petrobrás descobriu alguns dos grandes campos marinhos, como o Parque das Baleias, em Campos, Golfinho, no Espírito Santo, e Mexilhão, em Santos. Analistas apontam algumas diferenças entre os dois períodos. A primeira está no potencial das reservas. Enquanto nos blocos da Rodada Zero os volumes raramente ultrapassam o bilhão de barris, agora espera-se dezenas de bilhões. Só Tupi, único com reservas estimadas, pode ter 8 bilhões de barris. Especialistas estimam que toda a região do pré-sal em Santos tenha até 70 bilhões de barris. A outra diferença está na velocidade das descobertas. A Petrobrás tem só três plataformas para perfurar no pré-sal, que leva cerca de dois meses. Ou seja, até o fim do ano, conseguirá terminar no máximo nove poços. Outra unidade chega em outubro, o que pode contribuir para ampliar este número. De todo modo, o mercado espera que, no fim de 2009, a região do pré-sal esteja mapeada, elevando o Brasil à condição de grande detentor de reservas - atualmente, o País tem em torno de 12 bilhões de barris em reservas provadas. A produção no pré-sal deve começar a ganhar corpo em meados da próxima década, quando a Petrobrás inicia a primeira fase de Tupi. Segundo o diretor de exploração da Petrobrás, Guilherme Estrella, o projeto deverá atingir uma produção de 500 mil barris por dia até 2020.

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