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Petrobrás descobre outro poço na Bacia de Santos

Empresa informou que não fez comunicado ao mercado porque ainda não foram feitos testes de produção

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A Petrobrás encontrou mais um reservatório de petróleo e gás abaixo da camada de sal na Bacia de Santos. Foi no bloco BM-S-8, ao sul das reservas gigantes de Tupi. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) recebeu a notificação no dia 6. A empresa informou que não fez comunicado ao mercado porque ainda não foram feitos testes de produção para avaliar o potencial da jazida.   Veja também: A maior jazida de petróleo do País   Esse é o nono poço bem-sucedido na região, que vem sendo encarada como a principal província petrolífera mundial encontrada nos últimos anos. Em apenas quatro poços foram feitos testes de produção.   O BM-S-8 fica no entorno de uma área com potencial de reservas, batizada pela Petrobrás e seus sócios de Carioca, que se estende por quatro blocos exploratórios na porção paulista da Bacia de Santos.   Analistas acreditam que essa área pode ser maior que a de Tupi, onde a estatal encontrou de 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás). Em relatório de dezembro do ano passado, o Banco Credit Suisse estimava a existência de algo entre 7 bilhões e 24,5 bilhões de barris em Carioca.   No mercado, especula-se que a falta de comunicado sobre a descoberta pode indicar que os volumes encontrados não são tão representativos quanto os de Tupi ou de Júpiter - esse último descoberto em janeiro, com "uma grande jazida de gás", segundo nota divulgada na época.   O BM-S-8 fica em uma área chamada de franja do pré-sal, ou seja, na borda dos principais reservatórios identificados. Para o Credit Suisse, o bloco tem o menor potencial dos quatro que compõem Carioca, com estimativa de reservas de 250 milhões e 750 milhões de barris.   A justificativa para a falta de teste de produção vai de encontro à atitude adotada na ocasião da descoberta de Júpiter, onde também não foi feito teste, porque a plataforma precisava ser levada para manutenção.   O poço no BM-S-8 foi perfurado pela plataforma Noble Paul Wolf e, segundo a empresa informou à ANP no início dos trabalhos, atingiria 7 mil metros de profundidade. Concluída a perfuração, a plataforma segue para o BM-S-24, onde foi descoberto Júpiter, para avaliar a extensão das reservas.   A Petrobrás não deu detalhes a respeito dos trabalhos no BM-S-8, onde tem como sócios a anglo-holandesa Shell e a portuguesa Galp. Observadores próximos dizem que a repercussão das descobertas abaixo da camada de sal fez a estatal a adotar postura mais cautelosa na divulgação de informações sobre o novo poço. A notificação da descoberta à ANP, porém, é obrigação legal e deve ser feita em até 72 horas após a sonda atingir o reservatório.   O BM-S-8 foi adquirido na segunda rodada de licitações da ANP, em 2000, e tem prazo de exploração vencendo este ano. Algumas áreas em seu entorno estão na lista de ofertas da oitava rodada de licitações, suspensa em 2006 por liminar judicial. A agência deve retomar a licitação, mas, segundo o diretor Nelson Narciso, o potencial desses blocos não é tão grande, uma vez que estão na franja do pré-sal.   Nova perfuração   A Petrobrás começou neste mês a perfurar o segundo poço do bloco BM-S-9, também em Carioca. A perfuração está a cargo da plataforma Stena Drill Max, contratada pela espanhola Repsol, e deve chegar a 6 mil metros. O BM-S-9 teve uma descoberta anunciada em agosto, em um dos quatro poços testados pela Petrobrás nas descobertas abaixo do sal.   A área identificada como Carioca estende-se ainda, ao sul, pelos blocos BM-S-21 e BM-S-22, esse último operado pela americana Exxon. Na porção fluminense da Bacia de Santos estão Tupi, Júpiter e Parati, todos já com poços perfurados.

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