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Petrobras deve gastar R$ 480 milhões em publicidade

Por AE
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Para cumprir a determinação do governo de exaltar o sentimento nacionalista e a tendência estatizante, a Petrobras redirecionou suas campanhas publicitárias para mensagens de cunho ufanista e patriótico, deixando em segundo plano a exposição dos seus produtos. O pré-sal, cujo marco regulatório foi lançado segunda-feira passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virou o carro-chefe da grande campanha iniciada pela estatal.A Petrobras recusa-se a dar detalhes sobre os valores pagos por sua publicidade - trata-se de uma questão de mercado, diz -, mas a Secretaria da Comunicação de Governo (Secom) informou que a verba global da estatal para este ano é de R$ 310 milhões, em contratos com quatro empresas: PPR Profissionais de Publicidade Reunidos Ltda, Master Publicidade, F/Nazca, Saatchi & Saatchi Publicidade Ltda e Heads Propaganda Ltda. Em 2010, ano eleitoral, o valor total para a propaganda e publicidade deverá ser elevado para R$ 480 milhões, de acordo com informações do mercado publicitário.As agências já estão alvoroçadas com a notícia porque também no ano que vem vencem os contratos. Um dos blocos, hoje de R$ 250 milhões, terá o contrato encerrado em 29 de janeiro; o outro, de R$ 60 milhões, acabará em 18 de março.A ideia passada por quatro peças publicitárias que estão no ar é que, com o pré-sal, a Petrobras descobriu a riqueza do futuro para o povo da Nação que só despertou depois da posse de Lula. Isso tudo, num abismo de 7 mil metros, no Oceano Atlântico, num desafio tecnológico sem precedentes. Na propaganda, a Petrobras diz que é hoje uma das empresas mais admiradas do mundo e a única a já retirar petróleo do pré-sal.Ao mesmo tempo em que busca provocar em cada cidadão o sentimento de orgulho por ter nascido num País que, segundo a publicidade, já é autossuficiente em petróleo - embora ainda importe óleo leve, o Brasil consome por dia 2 milhões de barris e produz 2,5 milhões, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia -, a propaganda tenta passar para a sociedade a impressão de que a empresa está sendo vítima de injustiças. Principalmente por parte do Senado, que abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades em contratos da estatal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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