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Petrobras diz que não antecipa decisões sobre reajuste de preços, após fala de Bolsonaro

Presidente disse no fim de semana que a estatal começa nesta semana a anunciar redução no preço dos combustíveis

Por Beth Moreira
Atualização:

A Petrobras informou, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira, 6, que não antecipa decisões sobre reajustes de preços. A nota foi divulgada um dia depois e o presidente Jair Bolsonaro afirmar ao site Poder360 que a estatal "começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível”.

"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato da volatilidade externa e da taxa de câmbio causada por eventos conjunturais", afirma a estatal no documento. 

Sede da Petrobrás; estatal afirmou que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços que ainda não tenha sido anunciada ao mercado. Foto: Sergio Moraes/Reuters - 9/12/2019

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A companhia diz que monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais. "A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", afirma.

A possibilidade de redução nos preços foi citada pelo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, durante audiência pública no Senado no último dia 23. Pressionado por senadores, ele afirmou que a empresa estava há 30 dias sem reajustar os preços e que analisava se faria uma redução.

Pressionado por prefeitos e congressistas, Bolsonaro tem feito críticas ao aumento nos combustíveis e apontado responsabilidade de governadores, em função da cobrança do ICMS, imposto arrecadado por Estados. Em algumas ocasiões, o presidente chegou a criticar a política de preços da Petrobras e falou que a empresa "só dá dor de cabeça".

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a questionar as vantagens de manter a Petrobras como uma empresa estatal, mas listada em Bolsa. Ele já declarou diversas vezes que gostaria de privatizar de vez a companhia.

“A estatal listada em Bolsa ajuda a sociedade, derruba os preços e acaba quebrando, como no governo passado? Ou vira de mercado, bota o preço lá em cima e - entre aspas - aperta o consumidor, como está acontecendo agora com o petróleo? A Petrobras não satisfaz ninguém, e a bomba fica no colo do governo”, afirmou.

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Preço estável nas bombas

Mesmo antes da aguardada redução do preços dos combustíveis pela Petrobras, devido ao recuo do petróleo no mercado internacional, levantamento feito semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) verificou estabilidade nas bombas dos postos de abastecimento na semana de 28 de novembro a 4 de dezembro, com registro até de ligeiros recuos.

O petróleo do tipo Brent recuou cerca de US$ 10 nas últimas duas semanas e fechou cotado abaixo dos US$ 70 o barril na sexta-feira, 3.

O preço médio da gasolina na semana passada ficou em R$ 6,742 o litro, levemente abaixo dos R$ 6,749 da semana anterior. O preço mais elevado foi de R$ 7,962, no Sul, o mesmo preço de uma semana antes, e o mais baixo, de R$ 5,299, no Sudeste.

O diesel também apresentou leve recuo na semana passada. A média foi de R$ 5,355, contra preço médio de R$ 5,366 na semana anterior, sendo o preço mais alto, de R$ 6,700, encontrado na Região Norte, e o mais baixo, de R$ 4,070 o litro, no Nordeste.

O gás de cozinha foi outro produto que parou de subir, registrando preço médio de R$ 102,40 para a unidade de 13 quilos, sendo o mais caro encontrado a R$ 140 já há quatro semanas no Centro-Oeste, e o mais baixo a R$ 78, no Sudeste.

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