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Petrobras diz que não é preciso revisar preço do gás boliviano

Segundo nota da empresa, os preços praticados pela YPFB receberam reajustes contínuos e acompanharam o mercado internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras confirmou por meio de nota nesta quinta-feira que apresentou hoje à empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), em reunião na cidade de Santa Cruz de la Sierra, sua posição a respeito do pleito formalizado pela YPFB, para revisão da cláusula de preços do Contrato de Compra e Venda de Gás (GSA). Segundo a nota, a Petrobras expôs que os preços praticados pela YPFB receberam reajustes contínuos e acompanharam o mercado internacional, e que, portanto, não há necessidade de revisão do procedimento de cálculo desses reajustes, "por não ter havido alteração superveniente que comprometa as bases acordadas e que possa prejudicar a YPFB". Ainda conforme a nota, a rodada de Santa Cruz de la Sierra, concluída hoje, deu seqüência ao cronograma de reuniões acertados com a YPFB e foi encerrada com o compromisso de ambas as partes promoverem discussões internas, visando retomar as negociações na semana de 24 a 28 de julho, no Rio de Janeiro, ocasião em que a YPFB apresentará sua posição com relação à argumentação da Petrobras. Arbitragem internacional O presidente da YPFB, Jorge Alvarado, declarou à imprensa local que a posição do Brasil nas negociações com relação ao aumento do preço do gás natural proposto pela Bolívia, deve realmente levar o caso à arbitragem internacional. Segundo ele, as declarações do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, dadas nesta quinta-feira indicam que a estatal brasileira está irredutível e não concorda com a alteração da atual fórmula de cálculo do preço que, por contrato, deveria vigorar até 2019. Alvarado disse que a Bolívia pretendia aumentar imediatamente para "pelo menos US$ 5 o preço do milhão de unidades térmicas britânicas (BTU)" de gás natural, o que representaria um acréscimo de 20% sobre o atual preço. A proposta já seria, segundo ele, abaixo dos US$ 7,50 que pretendia a Bolívia no início, "mas mesmo assim foi rejeitada pela Petrobras". De acordo com Alvarado, a YPFB vai repetir em reunião no Brasil o argumento de que o preço do gás natural comprado pelo Brasil deve se aproximar do preço combinado dos combustíveis líquidos que o gás boliviano substitui no mercado brasileiro. De acordo com esse critério, o Brasil deveria estar pagando hoje pelo menos US$ 7,50 por milhão de BTU. O preço em discussão entre YPFB e Petrobras, de US$ 5, é semelhante ao que Bolívia e Argentina acertaram há duas semanas, em um encontro entre os presidentes Evo Morales e Néstor Kirchner. Na mesma reunião, foram acertados investimentos conjuntos em um gasoduto e na industrialização do gás.

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