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Petrobrás diz que vai buscar ‘sócio estratégico’ para BR Distribuidora

Plano inicial para a subsidiária era fazer uma oferta de ações de até 25% do capital, mas ideia foi abandonada

Por Antonio Pita e
Atualização:

RIO - A Petrobrás comunicou nesta quarta-feira que vai buscar um “parceiro estratégico” para a BR Distribuidora. A opção já era estudada internamente, mas foi colocada em segundo plano em agosto, ao perder espaço para o projeto de fazer uma oferta de até 25% das ações da subsidiária. Sem condições favoráveis no mercado de capitais e enfrentando forte restrição de caixa, a estatal pretende negociar com empresas do setor uma participação minoritária na BR antes de realizar a venda de ações. Principal concorrente no segmento de venda de combustíveis, o grupo Ultra, da rede Ipiranga, já sinalizou interesse no ativo.  Tida como uma das principais apostas do plano de venda de ativos da estatal, a BR teve seu valor estimado entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões por bancos de investimento que analisavam a oferta de ações da subsidiária. O novo revés sobre o futuro da BR Distribuidora foi comunicada nesta quarta-feira ao mercado, em Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A decisão final, entretanto, ainda depende de aval do conselho de administração que se reúne no final do mês para discutir o tema. 

Um dos grupos interessados em adquirir participações na BR Distribuidora é o Ultra, que controla os postos Ipiranga Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Um dos grupos interessados em adquirir participações na BR Distribuidora é o Ultra, que controla os postos Ipiranga e as empresas Ultragaz (gás de cozinha), Extrafarma (varejo farmacêutico), Oxiteno (química) e Ultracargo (logística). Ao Estado, Paulo Cunha, presidente do conselho de administração do conglomerado confirmou o interesse em entrevista publicada em agosto.  “A BR é uma joia muito querida pelo ‘establishment’ da Petrobrás, e vai continuar a ser. Mas (fazer uma oferta) por um pedaço da BR, por que não?”, disse. “Iríamos querer o pedaço da BR que eles compraram de nós (à época da negociação da Ipiranga em 2007). Eles ficaram, na ocasião, com Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Esse pedaço nós teríamos interesse de comprar de volta. Não sei se eles teriam interesse de vender. Podemos pagar muito mais do que eles vão conseguir no IPO.” O plano inicial do presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, era abrir o capital da BR Distribuidora ainda neste ano. A petroleira já havia solicitado à CVM o registro da oferta pública e de companhia aberta da subsidiária, em agosto, mas voltou atrás diante da deterioração das condições de mercado.  A oferta de ações da BR ainda não está descartada pela empresa, segundo fontes próximas à cúpula da estatal. Entretanto, não deverá sair antes da definição de um novo sócio, que ajudaria na reestruturação da empresa e adequação às práticas de mercado. 

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