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Petrobrás domina leilão de áreas para exploração de petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobrás manteve a tradição e levou a maior parte dos blocos arrematados no primeiro dia da sétima rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo no Brasil. Mas, desta vez, a estatal foi importunada pela espanhola Repsol, sua tradicional parceira em negócios no Brasil e na Argentina. No primeiro dos quatro dias de disputa, houve confusão com relação ao valor arrecadado e ao número de áreas concedidas: enquanto a Agência Nacional do Petróleo (ANP) falava em R$ 560 milhões e 140 áreas, informações divulgadas pelos próprios organizadores indicavam uma arrecadação de R$ 430 milhões com a concessão de 82 áreas. O recorde de receita em um leilão foi obtido no ano passado, com R$ 665 milhões. A área técnica da ANP não soube informar o motivo das diferenças. Segundo os dados oficiais, a Petrobrás ficou com 31 das áreas licitadas - as informações preliminares apontavam 28. De qualquer forma, o leilão confirmou a volta de grandes petroleiras ao mercado brasileiro, depois de um ensaio no ano anterior. Companhias como a própria Repsol, as britânicas BG e Shell e a americana Devon participaram da disputa, ainda que nem todas tenham vencido. A Shell, por exemplo, perdeu as duas áreas que disputou, em parceria com a Petrobrás, para a Repsol. Executivos da petroleira espanhola se esquivaram de entrevistas durante todo o dia. Desde a terceira rodada de licitações, em 2001, a empresa não entrava sozinha na disputa - no ano passado, integrou dois consórcios vencedores, em nenhum deles como operador, título que confere as rédeas do negócio. Este ano, levou sozinha um bloco na Bacia do Espírito Santo e, como operadora, um em Campos, em parceria com a norueguesa Statoil. Integrou ainda um consórcio liderado pela americana Amerada Hess, vencedor da disputa por outro bloco no Espírito Santo. Em todas, bateu consórcios com participação da Petrobrás, gastando um total de R$ 77 milhões pelas concessões. O troco foi dado na disputa pelos blocos 471 e 473 da Bacia de Campos, arrematado pela estatal em parceria com a Devon. A parceria Petrobrás e Devon, por sinal, rendeu o maior lance de todo o dia: R$ 116 milhões pelo bloco 471 de Campos. Adversárias no leilão passado, quando a americana venceu a estatal brasileira na disputa por uma área próxima à província petrolífera do Parque das Baleias, as duas resolveram se juntar para defender o campo de Curió, descoberto recentemente em um antigo bloco exploratório chamado BC-2. Curió fica dentro da área do 471, explicou o presidente da Devon no Brasil, Murilo Marroquim, e as duas companhias tinham de cercar a área em busca de novas descobertas. Ao contrário da Repsol, a maior parte das petroleiras multinacionais decidiu entrar em parceria com a Petrobrás, como vem se tornando costume nos últimos leilões, estratégia que reduz consideravelmente os riscos, dizem representantes das empresas. A canadense Encana e a portuguesa Petrogal, por exemplo, ajudaram a estatal a levar todas as quatro áreas de águas rasas arrematadas na Bacia Potiguar. Statoil e Devon foram outras que optaram por entrar na disputa com os donos da casa. O primeiro dia de leilão marcou ainda a estréia de 11 companhias no mercado brasileiro de petróleo, a maior parte com destino à Bacia de São Francisco, em Minas Gerais. Três setores, nas bacias de Barreirinhas, Foz do Amazonas e Pelotas, não receberam ofertas.

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