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Petrobras e YPFB serão parceiras, diz jornal boliviano

Jornal boliviano La Razón diz que anúncio oficial será feiro na visita de Lula, em 12 de dezembro

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

O Brasil e a Bolívia vão se associar numa joint venture para a exploração de quatro áreas de petróleo naquele país, informa o jornal boliviano La Razón, citando fontes do governo boliviano. Segundo a publicação, o anúncio oficial do acordo será realizado durante a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará a Evo Morales, no próximo dia 12 dezembro. A sociedade será entre as estatais Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Petrobras para explorar as áreas reservadas da petrolífera boliviana (Astillero, Carohuaicho, Cedro e Huacareta). "O Brasil pediu quatro áreas para investir junto com a YPFB, formando uma nova empresa de exploração, parecida com a que YPFB formou recentemente com a petrolífera venezuelana PDVSA (YPFB-Petroandina)", disse uma das fontes do executivo boliviano ao La Razón. As quatro áreas escolhidas, entre as 21 que pertencem à empresa YPFB, estão localizadas em Santa Cruz, Tarija e Chuquisaca. O embaixador do Brasil na Bolívia, Frederico Cézar de Araújo, disse ontem à imprensa que nos próximos dias grupos técnicos de ambos os países vão se reunir na cidade de Santa Cruz "para ver como pode prosseguir com a decisão de investimento da Petrobras". Ainda de acordo com a reportagem, as fontes explicaram que a Petrobras também pensa investir na exploração do campo Itaú, depois da compra de um pacote acionário da empresa francesa Total, que atualmente tem esta concessão no país. A negociação estaria em fase de discussão de preço. O jornal mencionou ainda que, depois das extensas negociações entre Brasil e Bolívia, La Paz conseguiu fazer com que a Petrobras realize novos investimentos nos campos de gás de San Alberto e San Antonio, em Tarija. "O Brasil realizará novos investimentos para também participar na venda de gás à Argentina, uma vez que a Yacimientos se comprometeu a enviar 27,7 milhões de metros cúbicos diários de gás à Argentina a partir de 2011", explicou uma das fontes ao jornal. A YPFB também conseguiu que a Petrobras aceitasse pagar pelos gases liquefeitos que acompanham o gás (GLP e gasolina natural) exportado para o Brasil, conforme acordo firmado em 14 de fevereiro pelo presidente Lula quando Morales visitou o País, diz a matéria. Ainda segundo a reportagem, a estatal brasileira havia condicionado o pagamento e, em troca, pretendia que a YPFB lhe permitisse produzir gás só para o mercado brasileiro e não para o mercado boliviano, como estabelece a Resolução Ministerial 255 - que obriga todas as petrolíferas que operam naquele país a satisfazer primeiro a demanda doméstica. A Petrobras destinou 3,6 milhões de metros cúbicos de gás para o mercado boliviano. Com isso, Petrobras pode exportar ao Brasil um máximo de 31,5 milhões de metros cúbicos, diz o texto.

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