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Petrobras economizará até 15% com clonagem da P-54

Por Tatiana Freitas
Atualização:

O gerente-executivo de Pré-Sal da Petrobras, José Formigli Filho, estima que o modelo de clonagem da P-54 que será adotado para a construção da plataforma P-62, destinada ao campo de Roncador, na Bacia de Campos, resultará em uma economia de 10% a 15% no orçamento da companhia para a estrutura. A Petrobras decidiu reutilizar o projeto da P-54 para a P-62, que será uma unidade do tipo FPSO (Produção, Estocagem e Exportação). Formigli também espera que a adoção do modelo de clonagem antecipe o cronograma de entrega em, no mínimo, um ano. "A gente deve ter uma redução (financeira) de 10% a 15%, no mínimo. No prazo, a clonagem deve nos trazer um benefício de 12 meses para mais", afirmou o executivo. Em entrevista durante a Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, no Texas (EUA), ele destacou que a redução do prazo de entrega possibilitada pela clonagem provoca, por conseqüência, ainda mais ganhos financeiros, em função da antecipação da receita. "No prazo, o impacto do benefício é muito maior pela antecipação da receita. Isso dá um impacto econômico monstruoso no projeto", disse. Segundo Formigli, o tempo total para a construção de uma plataforma, considerando a elaboração do projeto, licitação, detalhamento e execução é de cerca de 60 meses. "Com a clonagem, a gente tem conseguido reduzir para 50 meses, às vezes até menos." Clonagem A estratégia de clonagem começou a ser implementada pela Petrobras há cerca de um ano. A P-56 é um clone da P-51, em Marlim Sul, na Bacia de Campos. A P-54, por sua vez, replicou o modelo adotado na construção da P-50, com mínimas alterações. A P-62, portanto, será "um clone do clone", uma vez que será cópia da P-54. "E você também pode considerar que na contratação da P-51 e da P-52, a opção de fazer dois projetos iguais para ganhar escala já foi considerada." Com a clonagem, a Petrobras pula algumas fases do processo, como a licitação, o que possibilita o prazo mais curto até o início da produção. Questionado se a estratégia não poderia gerar dúvidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Formigli disse que a Petrobras está respondendo a todos os questionamentos apresentados pelo órgão. "Isso é um assunto bastante avaliado pela Petrobras, mas os departamentos de engenharia e jurídico têm as justificativas que são apresentadas ao órgão. Não fugimos dele. Vamos apresentar contas, a quem for de direito, sobre a decisão. Temos um embasamento jurídico da Petrobras, suportado pela exploração e produção", disse. A clonagem é uma estratégia que vem sendo adotada pela estatal em um momento de forte aquecimento do setor, caracterizado por uma demanda crescente de equipamentos por parte das operadoras. Segundo Formigli, outras grandes petroleiras do mundo também trabalham com o modelo de clonagem. Ele citou o exemplo da Shell, que o aplicou no Golfo do México, e da Total, na Nigéria e Angola.

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