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Petrobrás está 'estrangulada', avalia ex-BC

Por Mariana Durão e RIO
Atualização:

A política de controle de preços dos combustíveis limita a Petrobrás e, por isso, um reajuste ainda este ano ou em 2013 será positivo, avalia o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco. "Já estava na hora, a Petrobrás está um tanto estrangulada com essa política de preços", disse, sem comentar os efeitos de um potencial aumento da gasolina e do diesel sobre a inflação no próximo ano. O economista criticou a forma como o governo Dilma Rousseff conduziu a renovação das concessões do setor elétrico, para chegar à redução das tarifas de energia em 2013. Ele acusou o governo de usar o tema de forma eleitoreira. "No caso da energia há uma coloração eleitoral para fazer a redução (das tarifas) com base em uma engenharia sobre as concessões que talvez traga muitos custos a médio prazo e seja prejudicial ao setor. Não sei se é o melhor caminho", afirmou. Ele participou de uma homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na Associação Comercial do Rio de Janeiro. O ex-BC comentou o movimento de desconstrução das medidas cambiais tomadas pela autoridade monetária para travar a entrada excessiva de capitais no Brasil no passado. Em sua visão elas foram "empregadas com certo excesso" e teriam que ser retiradas em algum momento. Medidas. Na terça-feira o Banco Central anunciou que passará a recolher compulsório de 60% apenas nas posições vendidas em câmbio acima de US$ 3 bilhões - antes a isenção era para operações de até US$ 1 bilhão. A expectativa do mercado agora pela flexibilização da política que instituiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% sobre a variação de posições vendidas em câmbio."(As medidas) Precisavam ser retiradas em algum momento, nem sei se tiveram eficácia. Parecem satisfazer muito mais a vontade do governo de se mostrar ativo do que algo que afete o problema em si", enfatizou Franco, para quem "ainda há bastante para tirar". O economista minimizou o efeito de políticas cambiais sobre a moeda.Segundo Gustavo Frano, esse impacto é "muito pequeno", incapaz de valorizar ou desvalorizar o real. Assim, a retirada das medidas não deve ter efeito significativo sobre a liquidez do mercado de câmbio. "É a mesma coisa que querer acertar um rinoceronte com uma cerca de bambu e acreditar nos poderes da cerca."

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