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Petrobras inicia revisão dos investimentos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras inicia, na próxima semana, a primeira revisão do planejamento estratégico para investimentos até 2007 sob a ótica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os pontos a discutir, está uma possível revisão nos investimentos para 2003, devido à aversão ao risco que domina o mercado internacional, e a participação da empresa na construção de uma nova refinaria no País. A previsão inicial de investimentos para este ano soma US$ 7,3 bilhões. Na primeira entrevista coletiva, o presidente da estatal, José Eduardo Dutra, não de muita importância às críticas sobre a possibilidade de ingerência política na empresa. ?Essa história de que o governo vai ter ingerência na Petrobras não é exclusividade do PT?, afirmou, lembrando que antes das eleições o governo segurou o preço da gasolina. ?Algum tipo de ingerência sempre vai haver?. No entanto, segundo ele, a Petrobras não será administrada como agência de governo. O orçamento da empresa para 2003 é 40% superior ao do ano passado. ?Possivelmente teremos que rever estes investimentos para baixo, em função da situação no mercado internacional?, disse Dutra. Além da crise internacional, outro fator deve pesar na decisão sobre os gastos da estatal: o aumento da previsão de superávit da companhia, feito pelo governo, de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões. Dutra disse que, mantida a política de alinhamento dos preços com o mercado internacional, o superávit será atingido facilmente, já que o preço do petróleo em alta melhora o faturamento da companhia. ?E, até agora, a política está mantida?, afirmou. Ele informou que a empresa já planeja a licitação de mais duas plataformas de grande porte, além da P-51 e P-52, cuja concorrência foi adiada pela terceira vez na semana passada. As novas licitações ocorrerão em meados do ano, para investimentos estimados em US$ 800 milhões na construção das unidades que serão chamadas de P-53 e P-54 e vão operar nos campos de Roncador e Marlim Sul, na Bacia de Campos, no litoral carioca. A nova concorrência deverá seguir o modelo que está sendo elaborado para o edital da P-51 e P-52, conferindo maior chance de participação da indústria nacional. A decisão de investir em uma nova refinaria deverá ser tomada apenas no ano que vem. Segundo estudo da empresa, o Brasil necessitará de um acréscimo de 150 mil barris por dia na capacidade de refino até 2008, volume bem inferior ao projetado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O presidente da estatal já recebeu manifestações de interesse em sediar a refinaria dos Estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Ceará, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Maranhão e até do Mato Grosso do Sul. Dutra admitiu que há uma ?pequena? defasagem nos preços dos combustíveis no mercado interno. Mas disse que a empresa espera uma definição sobre o Iraque para analisar a questão. ?A expectativa é que o preço do petróleo caia depois do início da guerra. Então não dá para aumentar agora e depois reduzir?, disse. Ele garantiu que o País tem uma situação confortável para enfrentar guerra, pois tem pequena dependência do mercado externo, principalmente da região do conflito.

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