PUBLICIDADE

Petrobras lança títulos com vencimento em 10 anos

Essa é a primeira captação global desde que a estatal foi classificada pela Moody´s como uma empresa com baixo risco de crédito (investment grade), em outubro de 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras fechou nesta sexta-feira uma captação de US$ 500 milhões em títulos com vencimento em 10 anos. Essa é a primeira captação global desde que a estatal foi classificada pela Moody´s como uma empresa com baixo risco de crédito (investment grade), em outubro de 2005. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, acredita que a chegada da companhia ao seleto grupo de grau de investimento permitiu uma redução significativa em seu custo da captação. Há dois anos, a estatal não fazia emissões no mercado global. A última delas foi em 15 de setembro de 2004 e os papéis, também com prazo de 10 anos, tinham rendimento de 7,95% ao ano. Hoje, o custo dessa operação baixou para 6,185% ao ano. "Conseguimos uma redução bastante grande neste período, o que foi um excelente ganho para a empresa", lembrou. Segundo a Petrobras, a demanda pelos papéis chegou a US$ 1,3 bilhão. "A ampla colocação dos títulos reflete o reconhecimento da qualidade do crédito Petrobras nos mercados internacionais de capitais", afirmou. Os recursos, segundo o diretor, podem ser usados para melhorar o perfil da dívida da companhia em títulos no mercado de capitais. "O ideal seria retirar todo o passivo do mercado", afirmou. Desde julho, a estatal já conseguiu amortizar US$ 1,2 bilhão em títulos com vencimento entre o início de 2007 e 2015. O que reduziu esse passivo de US$ 2,9 bilhões para US$ 1,7 bilhão no período. Objetivos da captação Além de melhorar o perfil da dívida, a captação teve como objetivo criar uma referência de preço para os papéis da companhia no mercado de capitais mundial. "Se a Petrobras fica muito tempo ausente (do mercado), os papéis perdem liquidez", explicou Barbassa. Ele lembrou que hoje o caixa da companhia está confortável em US$ 10 bilhões, mas, que no futuro, a empresa pode precisar acessar o mercado para financiar seu programa de investimentos. Barbassa disse ainda que a estatal não tem planos de fazer novas captações este ano. Este ano, a empresa fez captações no valor total de US$ 1,05 bilhão. Além da operação anunciada ontem, havia duas anteriores. A primeira delas ocorreu em julho, de US$ 250 milhões, que completou uma operação feita anteriormente, de US$ 500 milhões, para a construção da plataforma P-53. "Renegociamos a taxa, conseguimos baixá-la e com o benefício da redução do spread, adicionamos os US$ 250 milhões à operação", explicou Barbassa. A segunda captação do ano ocorreu em setembro: uma emissão de títulos no mercado japonês, no valor de US$ 300 milhões. Os recursos obtidos com a captação serão ser usados pela companhia para financiar a construção de dutos que interligarão as plataformas de produção P-51, P-52 e P-53 à plataforma de rebombeio autônomo PRA-1. As quatro unidades ainda estão em construção e serão instaladas na Bacia de Campos (RJ).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.