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Petrobrás minimiza impacto da greve

No primeiro dia do movimento, estatal aciona equipes de contingência e mantém todas as unidades em operação

Por Kelly Lima
Atualização:

O primeiro dos cinco dias da greve programada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) em plataformas e refinarias da Petrobrás não teve grande impacto na produção da companhia. A paralisação foi iniciada no primeiro minuto da segunda-feira em protesto contra reduções de benefícios dos funcionários por causa da crise mundial e ainda em prol de um aumento no valor da participação dos trabalhadores no lucro da empresa. Na madrugada de segunda-feira, os turnos deixaram de ser trocados e os funcionários que estavam nas plataformas de petróleo foram mantidos em alto-mar. Uma liminar obtida pela Petrobrás no decorrer do dia, no entanto, garantiu o direito dos trabalhadores de deixar as bases de operação e impediu que as plataformas fossem tomadas pelos grevistas, dando o direito à Petrobrás de manter as atividades. Mais uma vez, a guerra de informações marcou o primeiro dia de greve. Durante a manhã, a FUP dizia que havia conseguido suspender a produção na Bacia de Campos, no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte - incluindo a plataforma P-34, primeira a produzir petróleo no pré-sal no Brasil - e reduzir o ritmo de operações de terminais de movimentação de petróleo e combustíveis. A entidade chegou a calcular em 100% a adesão à greve, número que foi reduzido para 70% ao longo do dia. "Só vamos conseguir perceber de fato o tamanho do protesto nos próximos dias, quando os turnos deixarem de ser trocados", disse o diretor da FUP, João Antônio Moraes. A Petrobrás, por sua vez, divulgou nota no início da noite, garantindo que a operação das unidades foi mantida. Onde não houve troca de turno, diz a empresa, as operações foram assumidas por equipes de contingência. Segundo a nota, 28 das 44 plataformas da Bacia de Campos não aderiram, o mesmo ocorrendo em 25 dos 47 terminais e nas 11 refinarias, sem que o processamento de derivados fosse afetado. No ano passado, uma greve de cinco dias provocou redução de 136 mil barris na produção da estatal, mas segundo a companhia este ano o plano de contingenciamento foi acionado mais rapidamente. A Petrobrás informou também que não há risco de desabastecimento, apesar de a FUP alertar ao mercado que os estoques de Querosene de Aviação (QAV) só seriam suficientes para abastecer por três dias o terminal de Guarulhos, em São Paulo. No mercado, a greve passou quase despercebida, com as ações da Petrobrás seguindo a alta da Bolsa de Valores de São Paulo no dia e fechando acima dos 6%.

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