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Petrobras não "dobrará a mão" do governo boliviano, diz ministro

Segundo o novo ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, o congelamento da decisão ocorreu apenas para gerar condições para a negociação com a Petrobras

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou nesta segunda-feira que o congelamento da medida de confisco das refinarias negociado entre o presidente boliviano em exercício, Alvaro Garcia Lineira, e o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, foi um "parêntese" para permitir a negociação com a Petrobras. Segundo ele, a Petrobras não "dobrará a mão" do governo boliviano, porque "a resolução se aplicará". "A decisão (de congelar a medida) foi fazer um parêntese, não para não aplicá-la, senão fundamentalmente para gerar condições auspiciosas para a negociação com Petrobras", declarou o ministro. Ele garantiu que os recursos oriundos da comercialização de derivados produzidos pelas refinarias da Petrobras serão do governo boliviano. "Quero ratificar que como insumo e como produto, o petróleo será dos bolivianos. Mas quero assinalar: a resolução ministerial promulgada por Andrés (Soliz Rada) não se anulou. A decisão fundamental de toda a equipe de hidrocarbonetos foi congelar a resolução, não anulá-la", disse Villegas. De acordo com Villegas, o governo fará a avaliação e o encontro de contas das empresas petrolíferas para comprá-las. O governo quer ter 50% mais uma ação para controlar as companhias. Segundo ele, isso significará o cumprimento do que determina o Decreto de Nacionalização. "Ratificamos que isso ocorrerá. Porque, a decisão que tomamos há menos de 24 horas é a de que vamos avaliar as empresas e fazer a conciliação de contas, de tal maneira que a compra expresse verdadeiramente a situação atual", afirmou. O setor acredita que as auditorias podem depreciar o valor das empresas, o que daria aos atuais controladores um valor inferior ao que vale o ativo. Villegas afirmou que o governo irá agilizar a realização das auditorias, mas que não irá esperar a conclusão destas para dar seqüência às negociações com as companhias petroleiras. O prazo definido pelo Decreto de Nacionalização, que estipulou 180 dias para a revisão dos contratos, termina dia 27 de outubro. A Petrobras evitou aumentar a polêmica com o governo boliviano e não quis comentar as declarações do novo ministro dos Hidrocarbonetos. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a empresa mantém a avaliação feita na quinta-feira passada, de que a nova resolução para a área de refino inviabiliza os negócios da companhia no setor. Matéria alterada às 19h00 para acréscimo de informações

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