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Petrobras não quer sair da Bolívia, mas pede regras claras

A Petrobras é a única empresa que não ameaçou o Governo com um processo de arbitragem, para defender seus direitos adquiridos perante as mudanças na legislação que o Governo prepara.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas, afirmou hoje que a companhia petrolífera não quer abandonar o país, mas pediu ao Governo boliviano regras "claras e transparentes" para o setor. Em entrevista coletiva, Freitas destacou que neste momento "não existem negociações claras" sobre as reformas que o Executivo boliviano pretende aplicar e solicitou o estabelecimento de um canal para que a empresa possa manifestar suas inquietações. O brasileiro disse também que, durante os 10 anos em que a empresa está no país, a Petrobras manteve "relações cordiais e transparentes" e trabalhou pelo desenvolvimento do mercado do gás boliviano no Brasil, com benefícios que repercutiram na Bolívia. Durante esse tempo, os investimentos da empresa no país superaram US$ 1,5 bilhão, segundo o executivo. Freitas afirmou que a Petrobras é a única empresa que não ameaçou o Governo com um processo de arbitragem, para defender seus direitos adquiridos perante as mudanças na legislação que o Governo prepara, como prova de que não pretende pressionar as autoridades. Além disso, o brasileiro considerou "normal" a possibilidade que sejam iniciadas conversas para modificar o preço do gás natural boliviano que o Brasil importa, nas quais o Governo de La Paz pretenderá a alta e Brasília, uma diminuição. Negociações e preços Ele explicou que o contrato assinado pelos dois países há uma década estabelece que as duas partes podem negociar os preços. O preço original fixado no contrato que entrou em vigor em 1999, de um dólar por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica), foi aumentado para US$ 3,4 na fronteira, e chega ao mercado brasileiro a US$ 5 pelos custos do transporte. O representante da Petrobras na Bolívia advertiu também sobre a possibilidade da eliminação de um milionário projeto para instalar uma usina petroquímica na fronteira comum, se não forem tomadas decisões o mais rápido possível com as autoridades bolivianas. Segundo sua opinião, o projeto "Pólo Gás Químico" tem como prazo de definição 2006 porque, caso contrário, os mercados potenciais da usina buscarão outros provedores.

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