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Petrobras nega risco de apagão de energia

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta terça-feira que a situação do abastecimento de energia elétrica nos próximos anos é tranqüila

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reiterou nesta terça-feira a "absoluta tranqüilidade" quanto ao abastecimento de energia elétrica no País nos próximos anos. Gabrielli, que participou de seminário promovido pelo jornal O Dia na sede da estatal, citou os projetos destinados à produção de gás, entre eles o início da produção de GNL (gás líquido) em 2008, para ressaltar que haverá condições de suprir a crescente demanda pelo insumo. "No que depender da Petrobras, não há risco de apagão", disse. Gabrielli destacou ainda que a auto-suficiência do Brasil em petróleo está garantida, já que a estatal espera produzir ao menos 20% a mais do que o consumo anual do País, com a manutenção da relação reserva/produção em no mínimo 15 anos. Ainda no seminário, Gabrielli reafirmou que faz parte das estratégias da empresa assegurar a liderança mundial no desenvolvimento e produção do biodiesel. "Estamos acompanhando uma tendência mundial", afirmou. Sobre os projetos de investimentos para os próximos anos, Gabrielli destacou as construções de novas plataformas e também os investimentos na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). "Serão impactos persistentes e duradouros no aumento da eficiência em conjunto da cadeia produtiva", disse. PAC O presidente da Petrobras fez defesa inflamada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destacando a importância de o País ter a partir de agora uma "agenda" para acelerar investimentos. "O programa introduziu uma nova agenda que não existia e que traz o Estado com um papel indutor de investimentos e não mais somente como definidor das regras para o setor privado", destacou. Para o executivo, o programa tem três elementos macroeconômicos importantes a serem considerados. O primeiro deles é o "choque de crédito" na economia. "A capacidade de financiar novos projetos e criar alternativas de longo prazo, seja via BNDES, seja por meio de fundos, é de fundamental importância para que os investimentos apareçam", disse. O segundo elemento destacado por Gabrielli, é a real possibilidade de crescimento produtivo. "O PAC vai permitir o crescimento real do salário mínimo, contribuindo para exercer uma maior pressão de consumo doméstico no país", avaliou. O terceiro elemento destacado pelo executivo foi o desempenho público das estatais, que "terão papel multiplicador importante na aceleração de investimentos em infra-estrutura no país", comentou. Ainda em sua apresentação, Gabrielli aproveitou para retrucar o diretor de estudos macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Levy, que havia se apresentado pouco antes, cobrando uma maior agilidade do governo para a realização das reformas tributária, jurídica e trabalhista, que, em sua opinião, seriam fundamentais para acelerar o crescimento. "É claro que temos a necessidade de uma agenda de ajustes regulatórios. Todas as reformas agendadas continuam a coexistir com a nova dinâmica de crescimento, mas não há possibilidade de esperar que elas ocorram para criar esta agenda vislumbrada com o PAC", enfatizou Gabrielli. Preocupação O presidente da Petrobras disse também que a principal restrição à execução dos projetos contidos no PAC não deverá vir de disponibilidade de financiamento ou da falta de interesse por parte das empresas privadas. O que preocupa, segundo ele, é que todos os projetos são complexos. "E como todo projeto complexo, esses envolvem toda a cadeia produtiva. São projetos que mudam no meio do caminho e isso envolve tensões com as regulações existentes, envolve mobilização de conhecimentos especiais, envolve recursos produtivos não disponíveis, como mão-de-obra e equipamentos, por exemplo", disse, citando ainda a burocracia, falta de insumos e entraves ambientais como os principais fatores que poderão dificultar o andamento do PAC. Gabrielli afirmou que "não existem riscos de os projetos atrasarem de maneira a comprometer o abastecimento de energia elétrica no País". "Provavelmente tudo entrará no tempo certo e nada entrará individualmente no tempo adequado. O que acontece é que estamos falando em grandes números. Estamos falando em probabilidades. O plano não é determinístico. A gente vai executando à medida que vai caminhando e aí vai reduzindo os riscos", observou. Segundo ele, o projeto de implantação do Gás Natural Liquefeito (GNL) tem menos riscos, porque já está em andamento. "Certamente a oferta de energia não será um entrave para o crescimento", enfatizou, lembrando que o BNDES mostrou nesta terça-feira a lista de projetos hidrelétricos programada para os próximos anos. "Claro que não se sabe o que vai acontecer com as chuvas em 2008, 2009, 2010. Só existem planos e modelos probabilísticos que fazem você enfatizar mais uma coisa do que outra", resumiu. YPBF Gabrielli evitou fazer qualquer comentário sobre a troca de comando na estatal boliviana YPFB. "A YPFB mudou o seu presidente. Nós vamos continuar negociando com a YPFB, independente de quem for o seu presidente", disse, concluindo com o seu bordão para assuntos relativos ao país vizinho: "Não vou fazer qualquer comentário sobre esse assunto pela imprensa." Indagado por jornalistas quando seria sua primeira reunião de trabalho com o novo presidente da estatal boliviana, Manuel Morales Olivera, Gabrielli desconversou: "Eu já conheço ele. Ele participou de algumas reuniões conosco", disse. Mais uma vez questionado pelos jornalistas sobre a postura mais radical e estatizante do novo presidente da YPFB, Gabrielli apenas retrucou que "vamos manter relações comerciais as mais cordiais possíveis com a empresa". Matéria ampliada às 19h57

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