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Petrobras: conheça os nomes que estão sondados para o comando da estatal

Nome de secretário do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, ganhou força, mas também outros nomes entraram no radar: Márcio Weber, Décio Oddone e Vasco Dias

Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Eduardo Gayer
Por Adriana Fernandes e Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA - A desistência de Adriano Pires para a Presidência da Petrobras e Rodolfo Landim para o Conselho de Administração da empresa explodiu a bolsa de apostas para os novos nomes para o comando da petrolífera brasileira.

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O nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade, ganhou força, mas também outros nomes entraram no radar: Márcio Weber, Décio Oddone e Vasco Dias.

Márcio Weber é atual conselheiro da empresa. Foi membro da Diretoria de Serviços da Petrobras Internacional (Braspetro) e Diretor da Petroserv S.A. Uma das vantagens é que ele pode “descer” do Conselho para a Diretoria Executiva. Já sendo conselheiro, ele poderia ser aprovado como presidente na reunião. Neste caso, contribui o fato de que os conselheiros já passaram pelo crivo da checagem exigida pelas regras de governança.

Outros nomes são cotados para o comando da Petrobras após Adriano Pires desistir por conflitos de interesse Foto: Adriano Machado/ Reuters

Oddone é ex-diretor geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e atual diretor-presidente da Enauta. Foi CEO da Petrobras Bolívia e presidente do Conselho de Administração e CEO da Petrobras Energia. Experiente, Oddone tem como empecilho estar no comando da Enauta, que tem negócios com a Petrobras. O Estadão/Broadcast apurou que Oddone já recusou o convite porque só restam oito meses para o fim do atual governo. 

Já Vasco Dias foi ex-presidente da Shell Brasil. Mas tem conexão com a Cosan, de Rubens Ometto, a exemplo do Adriano Pires, que desistiu do cargo depois que o seu nome não passou no teste de governança da empresa. Atualmente é membro do Conselho de Administração da Cosan. Já foi diretor executivo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e presidente da Raízen Energia.

O nome do ex-secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia Márcio Felix (hoje na EnP Energy) e dos ex-conselheiros Cynthia Silveira e Omar Carneiro da Cunha também estão sendo citados nos bastidores. Ela hoje preside a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e Cunha já trabalhou na Shell.

Para a presidência do Conselho de Administração, duas mulheres ganham força: Clarissa Lins, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, e a atual conselheira da Petrobras Sonia Villalobos.

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Auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes, Caio Andrade é bem visto no Palácio do Planalto. Ele não tem experiência na indústria de óleo e gás, nem foi CEO por muito tempo em grandes empresas, mas a avaliação é de que é possível aprovar seu nome porque foi presidente da Serpro e de empresas menores que ele fundou.

O secretário da equipe de Guedes, no entanto, tem a oposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que critica o fato de ele não ter experiência no setor de petróleo. Para Lira, a inexperiência dificultaria uma ação do futuro presidente da estatal na "solução" dos preços dos combustíveis. Hoje, o presidente defendeu mudanças na Lei das Estatais e também a privatização da estatal. 

O presidente Jair Bolsonaro se econtrou hoje com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, segundo a agenda oficial do chefe do Executivo. O ministro saiu sem dar declarações a jornalistas. Bolsonaro e Albuquerque já estiveram juntos na segunda no Rio de Janeiro, quando Pires avisou o governo de que havia desistido de ser o novo presidente da Petrobras após a empresa identificar conflitos de interesse entre o comando da estatal e a consultoria do economista na área de petróleo e gás. Já Landim disse ter recuado da ideia de chefiar o conselho para se dedicar à presidência do Flamengo, cargo que pretendia acumular com a estatal.

O governo corre contra o tempo e tem prazo para indicar nomes para os cargos: a próxima quarta-feira, dia 13 de abril, data da Assembleia Geral Ordinária da empresa que tratará do assunto. É neste momento que são votadas as indicações da União, acionista majoritária, depois da avaliação das aptidões e eventuais restrições para os cargos. Por ser controlador da Petrobras, o governo tem votos suficientes para emplacar suas indicações.