Publicidade

Petrobras quer incentivar mistura maior do biocombustível

Por Kelly Lima
Atualização:

A Petrobras quer terminar 2008 vendendo mais biocombustível do que o volume obrigatório da mistura de 2% no diesel, o chamado B2. Para isso, o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, diz que a companhia vai lançar um esforço conjunto para incentivar grandes empresas a consumirem uma mistura maior em suas frotas cativas, a exemplo do que já faz hoje a Vale, que adiciona 20% do bicombustível em seus veículos. Segundo Dutra, uma provável empresa que deverá assinar os mesmos termos de compromisso é a Aracruz, que está negociando com a BR este adicional de mistura. A distribuidora também tem como alvo, segundo Dutra, frotas cativas de ônibus urbanos, e já fechou contrato com a empresa Vip, de transporte urbano na capital paulista. Entre as vendas de B2 e os contratos já firmados junto à Vale e à Vip, a Petrobras deve negociar 28 milhões de litros mensais em 2008. Ele não quis informar uma meta acima deste volume almejada pela empresa para atingir no ano, mas garantiu que este volume deverá crescer. Para Dutra, as dificuldades encontradas no início da adição voluntária de biodiesel no mercado nacional, já estão "praticamente superadas". Ele lembrou que houve um período - entre junho e agosto - em que houve uma redução na entrega do produto e admitiu que em parte este atraso se deveu à dificuldade da companhia em buscar o combustível junto às produtoras. "É uma logística totalmente diferenciada. Ao contrário das refinarias da Petrobras, que estão localizadas no litoral, as unidades produtoras estão no interior do país nos pontos mais diversos", argumentou. Oferta Dutra comentou ainda que houve uma nova redução da oferta do biodiesel neste final de ano, mas "nada que comprometa a entrega". "E mesmo que houvesse falta do combustível, a mistura só será obrigatória a partir de janeiro", lembrou. A redução da oferta se deve às produtoras, que conseguiram vender o biodiesel por um preço melhor nos últimos leilões, e optaram por deixar para entregar o combustível já com o novo preço. "Ora, se eles têm contratos que não são obrigatórios de serem cumpridos por um preço menor, e outros que são obrigatórios, por um melhor preço, é natural que haja esta migração", disse, ressaltando que o não-cumprimento dos contratos no próximo ano deverá ser punido multas severas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.