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Petrobras: reajuste depende de preço mundial mudar

Por Alaor Barbosa
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A diretoria da Petrobras "precisa estar convencida" de que os preços do petróleo mudaram efetivamente de patamar no mercado internacional, antes de fazer reajustes nos preços dos derivados nacionais. Por enquanto, esse "convencimento" ainda não ocorreu, mas a empresa está "permanentemente" monitorando o mercado. A colocação é do diretor financeiro da petroleira, Almir Barbassa, feita logo após apresentação sobre o Plano de Negócios da empresa para o período 2008-2012 no Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef). Barbassa considera que os preços do óleo estão diretamente vinculados ao ritmo da atividade econômica mundial. "Quando saíram os dados referentes ao nível de emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira, que ficaram abaixo do esperado, o mercado deu sinais de fraqueza. Mas logo depois se recuperou, o que mostra que o mercado está sensível a esse tipo de dado", ilustrou. O diretor da Petrobras não quis fazer previsões quanto à tendência dos preços no curto prazo. "Há avaliações em todos os sentidos. Tem gente que estima preços acima de US$ 100 o barril e outros prevendo queda nos próximos meses", comentou. Se os preços continuarem muito elevados durante muito tempo, porém, "é natural" que surjam substitutos, seja através de outros produtos, ou pela exploração de novas áreas de produção. Para a Petrobras, especificamente, o importante é que os preços não caiam abaixo de US$ 50 o barril nos próximos anos, segundo Barbassa. Investimentos Na sua palestra, Barbassa detalhou o plano de investimentos da empresa no período 2008-2012, que prevê desembolsos de US$ 112 bilhões. "É um desafio para todos nós. São 454 projetos com valores de aplicações acima de US$ 25 milhões. No total, incluindo os projetos menores, são mais de 2.000 projetos", citou. Cada projeto é analisado individualmente e deve passar pelo critério de rentabilidade, segundo ele. O executivo não prevê dificuldades no financiamento desses projetos, já que cerca de US$ 104 bilhões serão supridos através de geração de caixa. O restante será através de acesso ao mercado internacional, seja através de colocação de títulos ou junto a agências de desenvolvimento multilaterais, como o Banco Mundial ou JBIC japonês. "Como se tornou investment grade, a Petrobras não tem dificuldades de acesso a recursos mais baratos. Vamos analisar as opções mais convenientes para a empresa", acentuou.

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