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Petrobras reavalia área de energia

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras, Francisco Gros, espera concluir "nas próximas semanas" a reavaliação que a empresa está fazendo para a área de energia, especialmente os investimentos em termoelétricas. Segundo ele, desde o final do ano passado a empresa suspendeu os investimentos para novos projetos na área, limitando-se a avaliar aqueles com os quais já havia se comprometido. A Petrobras é um dos maiores investidores no setor de termoelétricas no País, com investimentos em 17 usinas no valor de US$ 4,7 bilhões e com capacidade de geração de 10,35 GWh, o que corresponde a quase 15% da capacidade atual instalada no Brasil. Pelo menos quatro usinas deverão estar funcionando até o final de março, o que lhes garantiria contrato com a Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), empresa criada pelo governo para a compra de energia em caráter de emergência. As outras, porém, teriam de atuar no mercado livre, ou seja, operando sem contratos de longo prazo. Devido aos altos preços do gás natural importado da Bolívia, porém, essas usinas não teriam preços competitivos para serem "despachadas" (contratadas) pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão que controla quais usinas hidrelétricas e termelétricas geram energia elétrica no país. Para contornar a questão, o presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, ministro Pedro Parente, já anunciou que o governo estuda uma forma de subsidiar a tarifa de gás natural a ser utilizado pelas térmicas, mas ainda não há definição a respeito. O presidente da Petrobras acredita, porém, que o País manterá a opção de diversificar a matriz energética, ampliando o uso de gás natural para a geração de eletricidade. Por isso, os investimentos no segmento deverão ser mantidos, disse Gros na entrevista concedida esta manhã ao Grupo Estado. Ele lembrou que essa questão não se restringe à Petrobras, mas afeta também diversas outras empresas que investiram no setor, como as multinacionais El Paso, Elfina, Duke ou Enron.

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