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Petrobras se junta à BG em projeto inédito de GNL no pré-sal

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

A Petrobras e a BG anunciaram nesta terça-feira uma parceria para estudar a construção de uma inédita fábrica de Gás Natural Liquefeito Embarcada (GNLE) em pleno alto-mar da bacia de Santos, com objetivo de aproveitar a provável gigantesca produção de gás natural da região. Pensando nos campos de Guará, Carioca, Parati, Tupi, Iara e Iracema, os novos sócios convocaram as empresas SPM, Modec, Saipem, Tecnip e KBR para apresentarem três propostas distintas que serão selecionadas em 2011. A melhor proposta será comparada ao custo que teria a instalação de dutos para trazer o gás à terra até dois destinos: Caraguatatuba (SP) ou Cabiúnas (RJ). O projeto de uma térmica em alto-mar, alternativa antes especulada pela empresa, foi totalmente descartado pela diretora de Gás Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster. "Será a primeira unidade flutuante a fazer liquefação no mar, venceremos mais esse desafio", disse Foster sem disfarçar a preferência pelo inédito projeto em detrimento à opção de dutos submarinos. Se o GNLE vencer, uma segunda licitação será feita para a escolha do projeto vencedor. "Queremos uma grande competição pela primeira unidade", disse a executiva. Se der certo, a tendência é que outras plantas GNLE sejam implantadas no "cluster" do pré-sal, acrescentou o gerente executivo de pré-sal da Petrobras, José Formigli. Ele informou que a próxima perfuração no pré-sal será na parte norte do campo de Guará. Segundo a diretora Foster, a parceria com a BG será fundamental para o sucesso da inovação na logística da empresa, devido à experiência da BG no setor. Outros sócios em Tupi, campo que poderá estrear a nova planta de GNL, e de Guará, serão chamados a participar dos estudos. "Não podíamos perder o 'timming', e os outros (Galp e Repsol) não acompanharam. A BG teve sangue para acompanhar a gente", explicou ela, referindo-se aos sócios nos blocos na região envolvidos no projeto. A divisão acionária da joint venture ficou em 51 por cento para a Petrobras e 49 por cento para a BG. Se os outros dois sócios decidirem entrar, a BG concorda em ser diluída. "Isso ocorre só pelo fato que temos pouco tempo para fazer as coisas", disse, referindo-se à manutenção do controle da joint venture nas mãos da estatal brasileira. "Mas os custos (da construção do GNLE) serão divididos proporcionalmente na participação nos blocos", disse Foster. A capacidade do navio seria para entre 11 e 14 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e o prazo para entrega do primeiro GNLE, 2015. Até lá, segundo a diretora, o Brasil já terá quatro terminais de regaseificação prontos. "Estamos bem perto de decidir onde será o terceiro terminal e teremos que fazer um quarto", informou. No momento, a empresa tem dois terminais para receber GNL pelo mar, um no Ceará, de 7 milhões de metros cúbicos e outro no Rio de Janeiro, com capacidade para 20 milhões. De acordo com o diretor Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, a companhia também busca plantas de regaseificação no exterior, para tornar mais flexível a operação de GNL, importando ou exportando o produto. BG A diretora admitiu que por ser inédito e complexo o projeto não poderá contar com um nível de conteúdo nacional elevado, ao contrário das diretrizes que o governo usa para a construção de navios e plataformas da companhia. Presente na coletiva, o presidente da BG Brasil, Nelson Silva, informou que a BG mundial comercializa GNL em 20 dos 22 países que importam o produto e disse que o país cada vez ganha mais importância no portfólio mundial da BG. "Em 2020 o Brasil vai ser um terço da produção da BG no mundo, quando entrar a produção maior do pré-sal, individualmente será o maior país para a BG", disse Silva confirmando investimentos de 20 bilhões de dólares da BG no Brasil nos próximos 10 anos. A empresa deve anunciar em cerca de um mês o resultado dos testes no campo de Corcovado, também no pré-sal da bacia de Santos, no único bloco operado pela companhia na nova fronteira.

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