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Petrobrás se recusa a privilegiar estaleiros nacionais

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de Serviços e Materiais da Petrobrás, Irani Varella, descartou qualquer possibilidade de inclusão de uma cláusula que beneficie os estaleiros nacionais nos próximos editais de licitação para a construção das plataformas de exploração e produção de petróleo P-51 e P-52. A cláusula estava sendo reivindicada pelos estaleiros e também apareceu na campanha eleitoral dos principais candidatos à Presidência. A proposta dos estaleiros era de que a possibilidade de construção de parte da obra no Brasil contasse pontos na concorrência. Segundo Varela, a estatal não chegou a estudar essa possibilidade. Ele disse que a licitação será definida a partir do custo, qualidade e atendimento no prazo que as empresas concorrentes oferecerem. Ainda segundo Varela, os editais devem ser publicados entre as duas próximas semanas. "Ainda não definimos o formato do edital e não sabemos se a licitação será dividida em módulos ou num bloco fechado", disse. O presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo(Onip), Eduardo Rappel, disse que a decisão da Petrobrás em não privilegiar o conteúdo nacional nos editais da P-51 e P-52 não surpreendeu. Ele afirma, entretanto, que os estaleiros e a indústria nacional do setor naval em geral podem ser prejudicados caso a empresa faça a opção por uma licitação em bloco das duas plataformas ou cada uma separadamente, sem divisão em módulos. "Nossa reivindicação é para que a licitação seja feita em pelo menos três módulos: casco, topsides e deck. Só assim a indústria naval nacional teria condições de participar", afirmou. Ainda segundo Rappel, a indústria nacional só não deve poder participar da parte referente à construção do casco, que corresponde a um quarto do total do contrato, em torno de US$ 600. "Mesmo assim, alguns estaleiros já acreditam que pequenos investimentos podem também viabilizar este negócio". Os representantes de estaleiros que participaram da feira Rio Oil & Gas, que terminou hoje no Riocentro, não quiseram comentar a decisão da Petrobrás.

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