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Petrobras se reúne com YPBF, mas não fala em valores

Porém, no mesmo dia, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Soliz Rada, afirmou que a cobrança será de US$ 8 por milhão de BTU

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes da Petrobras e da estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) se reuniram nesta quinta-feira em La Paz, Bolívia, para discutir a proposta de aumento do preço do gás importado pelo Brasil. Segundo o diretor de gás e energia da estatal, Ildo Sauer, a reunião decorreu em clima "cordial e elegante", mas não foi definitiva. Um novo encontro será marcado para daqui dez dias em Santa Cruz de La Sierra, onde a Petrobras apresentará sua avaliação sobre a proposta boliviana. Sauer não quis revelar o valor proposto pela YPFB e voltou a afirmar que não há espaço para aumentos. "O mercado brasileiro de gás está equilibrado, sem gordura", afirmou. "Ainda mais depois do aumento previsto para 1º de julho", concluiu, referindo-se à revisão trimestral dos preços prevista no contrato com a Bolívia, que deve provocar uma alta de 10% no valor pago pela estatal brasileira. Nesta quinta, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Soliz Rada, afirmou que "o preço de referência para começar a negociação com o Brasil é US$ 7,5". Segundo ele, esse é o valor que "equipara com a cesta de óleos que os brasileiros em São Paulo comparam com o gás boliviano". Além disso, Soliz Rada afirmou que é preciso "somar à esse valor mais US$ 0,50 centavos como plus por ajuste ecológico". Ou seja, a Bolívia propõe iniciar a negociação com o Brasil com um preço de US$ 8 por milhão de BTU (unidade de medida do produto), US$ 3 a mais que o valor fechado com a Argentina (US$ 5). Consenso Após este primeiro encontro, Petrobras e YPFB têm 45 dias para chegar a um consenso. Caso contrário, o caso será decidido em um processo de arbitragem internacional, segundo prevê o contrato assinado entre as duas partes em meados dos anos 90. As negociações sobre o preço do gás serão tocadas paralelamente a outras conversas, já iniciadas, acerca do decreto de nacionalização das reservas bolivianas, publicado no dia 1º de maio. Neste último caso, representantes da YPFB discutem com a Petrobras Bolívia as indenizações pela estatização das refinarias operadas pela estatal brasileira e adequação dos contratos de exploração e produção aos termos do decreto. Auditoria O governo da Bolívia espera iniciar nos próximos dias auditorias nos campos de San Alberto e San Antonio, os maiores produtores de gás do país, operados pela Petrobras. Em nota oficial, o ministério informou que analisará em 48 horas as propostas vencedoras da concorrência para realizar o serviço. Os resultados das auditorias servirão como base das negociações dos novos contratos com as petroleiras estrangeiras. A partir desses dados, o ministério definirá as participações definitivas de cada empresa na receita da venda de petróleo e gás.

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