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Petrobrás vai gastar US$ 5,6 bi para reverter queda de produção

Valor será gasto na Bacia de Campos, e estatal espera obter receita adicional de até US$ 3,3 bi até 2016

Por Fernanda Nunes e RIO
Atualização:

A Petrobrás vai gastar US$ 5,6 bilhões para aumentar a eficiência do sistema de produção em campos maduros, na Bacia de Campos. Com o desembolso, a estatal espera obter receita adicional de US$ 1,3 bilhão a US$ 3,3 bilhões de 2012 a 2016. Ainda na apresentação do plano de negócios para os próximos cinco anos, Graça Foster, na época recém-empossada na presidência da petroleira, indicou a necessidade de reverter a queda de produção de grandes campos, responsáveis por 25% da produção nacional, como Marlim e Albacora. A Petrobrás argumenta que faltaram recursos e prosseguir com uma produção ascendente nessas áreas dependerá da adoção de novas tecnologias e procedimentos. A queda da extração de petróleo e gás natural dos principais sistemas da Petrobrás não está relacionada à prioridade dada ao pré-sal na gestão do então presidente José Sérgio Gabrielli, segundo a gerente executiva de Engenharia da Produção da empresa, Solange Guedes. "Infelizmente, não houve planejamento que atendesse à demanda desses campos", argumentou a executiva. A Petrobrás deixou de extrair desses campos maduros da Bacia de Campos, na região de Macaé, 25 mil barris por dia, na média dos últimos quatro anos. Ao todo, o Programa de Aumento de Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef) inclui 31 plataformas, com idade de 13 a 30 anos, cujo nível de eficiência deve sair de 71%, em 2012, para 90%, em 2016. Para isso, estão previstas 15 iniciativas que devem tornar a empresa mais ágil ao perceber o declínio da produção. Uma delas será a padronização de equipamentos, o que deverá acelerar o processo de aquisição ou substituição. "Não houve problema com a indústria fornecedora. O problema foi realmente a complexidade das unidades de produção, construídas a partir de ativos pequenos, com um sistema complexo de manutenção", destacou Solange. Do gasto de US$ 5,6 bilhões no programa, US$ 1 bilhão está incluído no plano de negócios da empresa para os próximos cinco anos. Os demais US$ 4,6 bilhões serão contabilizados como custeio no resultado financeiro da empresa. Os gastos já eram previstos pela empresa e, por isso, não há expectativa de mais investimento além do divulgado anteriormente, de acordo com o gerente-geral da Unidade de Operação da Bacia de Campos, Joelson Falcão. O retorno sobre os gastos ocorrerá imediatamente, à medida que o programa for implementado. "A unidade produtora já está no campo, em funcionamento. Novos recursos e tecnologias serão aportados até a empresa chegar a números considerados suficientes", afirmou Solange, em entrevista à imprensa para detalhar o programa, na sede da companhia.

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