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Petrobrás vai pagar R$ 4,7 bi ao Petros

Repactuação da dívida foi acertada pela estatal com o fundo de pensão

Por Irany Tereza
Atualização:

A Petrobrás concluiu as negociações para repactuação da dívida com o fundo de pensão de seus funcionários. A estatal irá pagar R$ 4,766 bilhões ao Petros, ao longo de 20 anos - dez anos a menos do que o fixado na primeira tentativa de acordo, no ano passado. Pelos cálculos da empresa, o acordo vai representar, este ano, um aumento de R$ 700 milhões nas despesas em seu balanço financeiro "em decorrência do acréscimo dos benefícios a serem concedidos aos assistidos". O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Helio Seidel, informou que, com a decisão, a pendenga entre a estatal e o fundo está quase solucionada. "90% estão resolvidos", disse, informando que esta semana os sindicatos iniciarão o processo de acordo na Justiça para a retirada das inúmeras ações impetradas contra a Petrobrás. A adesão dos funcionários, aposentados e pensionistas ao acordo não foi total. Segundo Seidel, concordaram cerca de 70% dos empregados ativos e inativos. No ano passado, a Petrobrás havia tentado repactuar a dívida e efetivar a migração integral dos trabalhadores para regras que mudam cálculos de benefícios. À época, a estatal havia estabelecido um mínimo de 95% de adesão dos cerca de 95 mil participantes do fundo para efetivar o pacto, mas não teve sucesso. De acordo com comunicado enviado ontem pela Petrobrás à Bovespa, o pagamento estipulado "atende às necessidades de solvência e liquidez do Modelo de Previdência Complementar patrocinado pela empresa". O valor foi calculado por consultoria atuarial em dezembro do ano passado. O plano aprovado pela diretoria executiva da estatal para a mudança de regulamento do Petros ficará ainda sujeito à aprovação da Secretaria de Previdência Complementar. O rombo atuarial do Petros chegou a ser avaliado pela Justiça em R$ 9,3 bilhões, mas a estatal nunca reconheceu este valor. A Petrobrás tem quase 50% de suas ações negociadas na Bolsa de Nova York. A solução da dívida com a Petros é importante para avaliação da estatal junto ao mercado internacional.

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