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Petrobrás vai reduzir investimentos e adiar pagamento de 30% da remuneração de diretores e gerentes

Por conta da crise com o novo coronavírus, empresa também vai adiar o pagamento de R$ 1,7 bilhão em dividendos referentes ao resultado do ano passado

Por Fabiana Holtz
Atualização:

A Petrobrás anunciou nesta quinta-feira, 26, uma nova série de medidas em razão da crise do novo coronavírus (covid-19) e da redução abrupta dos preços e demanda de petróleo e combustíveis. Entre os pontos mais importantes, a empresa está reduzindo os investimentos programados para 2020 de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões, em função de postergações de atividades exploratórias, interligação de poços e construção de instalações de produção e refino, e da desvalorização do Real frente ao dólar. 

Sede da Petrobrás, no Rio Foto: Sergio Moraes/ Reuters

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A empresa ainda está promovendo uma redução de R$ 2,4 bilhões em gastos com recursos humanos. Nesse contexto, ficam postergados o pagamento do Programa de Prêmio por Performance 2019; de horas extras; do recolhimento de FGTS e do pagamento de gratificação de férias, conforme Medida Provisória n° 927. Também estão adiados o pagamento de 30% da remuneração mensal total do presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais.

A petrolífera também decidiu pelo adiamento do pagamento de R$ 1,7 bilhão em dividendos referente ao resultado anual de 2019 para 15 de dezembro. A proposta sobre os dividendos será submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, que foi reagendada de 22 para 27 de abril.

Estão cancelados ainda os processos de avanço de nível e promoção para os empregados e avanço de nível de funções gratificadas de 2020. A empresa optou também pela redução de 50% no número de empregados em sobreaviso parcial nos próximos três meses e suspensão temporária de todos os treinamentos.

No sentido de acelerar a redução dos gastos operacionais, a empresa anuncia uma diminuição adicional de US$ 2 bilhões em suas despesas, com a hibernação das plataformas em operação em campos de águas rasas, com custo de extração por barril mais elevado, que em virtude da queda do preços do petróleo passaram a ter fluxo de caixa negativo. Segundo a empresa, a produção atual de óleo desses campos é de 23 mil bpd e os desinvestimentos nesses ativos continuam em andamento.

A Petrobrás também está diminuindo gastos com intervenções em poços e otimização da logística de produção e postergando novas contratações relevantes pelo prazo de 90 dias. Com a implementação dessas medidas descritas, a companhia estima "que equilibrará seu fluxo de caixa no ano de 2020".

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