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Petrobrás: veja o impacto do acidente nas ações

O acidente na plataforma da Petrobrás provocou forte queda no preço das ações da companhia. Apesar disso, analistas mantêm a recomendação para a compra das ações. Para quem já tem o papel em carteira, o melhor é manter o ativo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com o acidente na plataforma da Petrobrás na Bacia de Campos, o preço das ações da companhia esteve em queda durante todo o dia. No caso das ações ordinárias (ON, com direito a voto), o recuo está em 5,15%. Já as preferenciais (PN, sem direito a voto) acumularam uma baixa maior, de 7,78%. Analistas acreditam que uma queda na receita da empresa por conta da paralisação da produção da plataforma P36 faça com que os investidores alterem suas perspectivas de ganho com a ação, o que explica as quedas no valor do papel agora. De acordo com cálculos de Fábio Silveira, coordenador de estudos setoriais da Tendências Consultoria, se a plataforma ficar inativa durante seis meses, a Petrobrás terá que importar mais petróleo em cerca de US$ 360 milhões, considerando que a produção diária na plataforma é de 80 mil barris e tomando por base o preço de US$ 25,00 o barril do produto. "Essa é uma despesa inesperada, que pode ficar ainda maior se a plataforma ficar inativa por um período superior a seis meses", avalia. Impacto no preço das ações Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BankBoston Asset Management (BAM), afirma que ainda é muito difícil fazer uma estimativa do impacto desse aumento de custos no preço das ações da Petrobrás, já que o cálculo depende do período que em a plataforma ficar inativa. "Mas já alteramos o preço-alvo da ação de R$ 78,00 para R$ 72,00 num período de um ano", afirma. O diretor da BAM mantém a recomendação para a compra dos papéis da empresa. Isso porque, assim como o preço-alvo da ação caiu, também a cotação do papel recuou, o que significa que a perspectiva de ganho com o investimento continua. "Considerando que a ação preferencial está cotada a R$ 50,30 e ontem fechou em R$ 54,00, e levando-se em conta a alteração no preço-alvo da ação, o ganho mantém-se em torno de 44% para o período de um ano", explica. Apesar da perda, é recomendado manter a ação Mesmo para quem já tinha a ação e, por isso, vai incorporar em sua carteira a queda no preço dos papéis registrada hoje, a recomendação é manter a ação. "A notícia não deixa de ser ruim para a empresa, mas já foi incorporada ao preço das ações, o que significa que as cotações não devem cair muito mais. Além disso, a Petrobrás tem bons fundamentos e boas perspectivas de lucro. Considerando que ação é um investimento recomendado para o longo prazo, o cenário para o investimento não mudou", avalia Alexandre Malfitani, administrador de renda variável do Deutsche Bank Investimentos. Fundos Petrobrás No caso dos Fundos Mútuos de Privatização Petrobrás - com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e recursos próprios - a queda no rendimento será equivalente ao recuo das ações ordinárias, ou seja, de 5,15%, considerando apenas a queda de hoje. À época da formação desses fundos, em 17 de agosto do ano passado, esses papéis foram vendidos a R$ 34,46 - considerando-se o desconto de 20% para quem mantiver a aplicação por no mínimo 12 meses -, no caso das ações ON compradas com recursos do FGTS e a R$ 43,07, com recursos próprios. Assim, o ganho é de 54,81% e 23,86%, respectivamente. "Ainda é uma valorização bem significativa", avalia Malfitani.

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