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Petrobrás vende 35% de bloco na Bacia de Campos por US$ 1,6 bilhão

Estratégia. Participação no projeto Parque das Conchas foi vendida para Shell e ONGC, que passaram a deter, respectivamente, 73% e 27% do bloco; negócio integra plano de desinvestimento da estatal brasileira que prevê a venda de US$ 9,9 bilhões até 2017

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Por Redação
Atualização:

A Petrobrás concluiu a venda de sua participação de 35% no bloco BC-10 da Bacia de Campos, referente ao projeto Parque das Conchas, por US$ 1,636 bilhão. A negociação iniciada em agosto com as empresas Shell e ONGC, foi finalizada ontem após a aprovação dos órgãos reguladores.

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Principal parceira no projeto, a petroleira anglo-holandesa Shell pagou US$ 1 bilhão pela fatia de 23% no bloco, passando de 50% para 73% sua participação no bloco da Bacia de Campos.

Já a indiana ONGC Videsh ficou com 27% de participação, ante os 15% previstos na formação original do consórcio. Em nota encaminhada à imprensa, a Petrobrás informou que a negociação para venda da participação teve início em agosto, mas só foi aprovada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) no último dia 18.

Ainda segundo a Petrobrás, o bloco contribuiu à sua produção, em 2013, com 8,6 mil barris de óleo por dia. A área negociada abriga o projeto do Parque das Conchas, que atualmente produz cerca de 50 mil barris por dia. Desde que entrou em operação, em 2009, BC-10 já produziu mais de 80 milhões de barris de óleo equivalente (boe).

A Shell informou que a fase 2 do projeto entrou em operação em 1º de outubro de 2013, conectando o campo Argonauta Norte ao FPSO Espírito Santo (um navio com capacidade de processar, armazenar e escoar a produção de petróleo). O pico de produção esperado é de 35 mil boe por dia.

A decisão final de investimento para a Fase 3 do projeto foi tomada em julho e, quando entrar em operação, deve atingir um pico de produção de 28 mil boe/dia.

Desinvestimento.

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A Petrobrás vem se desfazendo de ativos não estratégicos para concentrar esforços no pré-sal. Além de investir menos, a companhia tem vendido ativos, principalmente no exterior, para voltar sua atenção ao Brasil.

No ano passado, o plano quinquenal da estatal previa desinvestimentos de US$ 14,8 bilhões, incluindo algumas operações financeiras. Neste ano, o plano de negócios 2013-2017 prevê vendas de US$ 9,9 bilhões. Até outubro, foram vendidos US$ 4,3 bilhões em ativos, a maioria no exterior.

OGX.

Ontem, a Óleo e Gás Participações - novo nome da petroleira OGX, antes controlada pelo empresário Eike Batista - confirmou que foi notificada pela ANP para quitar dívidas referentes à concessão do bloco BS-4, na Bacia de Santos, no prazo de 15 dias. As dívidas chegam a R$ 73 milhões e, caso o pagamento não seja efetuado, a empresa poderá perder o contrato e ceder a sua participação no bloco.

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A antiga OGX possui 40% do consórcio, formado também por QGEP (30%) e Barra Energia (30%). Segundo comunicado da QGEP, desde 30 de outubro, quando a petroleira do grupo X apresentou seu plano de recuperação judicial, a empresa deixou de realizar três aportes referentes aos meses de novembro e dezembro. O bloco é considerado um dos mais valiosos da companhia e inclui os campos de Atlanta e Oliva, em fase de exploração.

Em nota, a Óleo e Gás Participações informou que o pagamento das dívidas está previsto "no contexto do plano de reestruturação da OGX".

Segundo o comunicado, a petroleira diz que "tem ciência de suas obrigações" e que "busca alternativas de capitalização" para honrar os compromissos.

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A empresa afirma ainda que também busca solução para os blocos ES-M-472, ES-M-529 e ES-M-53, em que está inadimplente no consórcio com as empresas Perenco (40%) e Sinochem (10%).

O novo plano de reestruturação, apresentado no dia 24 de dezembro, prevê que as dívidas da empresa com seus credores internacionais, estimada em mais de US$ 5,8 bilhões, sejam transformadas em ações.

Também está previsto um novo aporte de até US$ 215 milhões. Assim, Eike deixa o comando da companhia. /

ANTONIO PITA, EULINA OLIVEIRA, FERNANDA GUIMARÃES, MÔNICA CIARELLI

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