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PetroChina faz acordo para fábrica no Brasil

Grupo chinês cria joint venture no País para produzir equipamentos na área de petróleo

Por Sergio Torres e RIO
Atualização:

Unidade da PetroChina especializada na fabricação de equipamentos empregados na atividade petrolífera, a Baoji Oilfield Machinery (Bomco)uniu-se em uma joint venture às empresas brasileiras Brasil China Petróleo (BRCP) e Asperbras, para o fornecimento de maquinário destinado às perfurações oceânica (offshore) e terrestre (onshore).Pelo acordo recém-firmado, a nova empresa, batizada de Bomcobras Negócios e Equipamentos para Petróleo e Gás S/A, deverá entrar em operação em outubro próximo, no município baiano de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.A composição da joint venture será de 34% para a PetroChina e de 33% para cada uma das companhias brasileiras coligadas. O capital inicial, a ser integralizado nos próximos dias, somará US$ 15 milhões: US$ 5,1 milhões da Bomco, US$ 4,95 mihões da Asperbras e US$ 4,95 milhões da BRCP.De acordo com o comunicado divulgado ontem pela petroleira chinesa, essa é a primeira aliança para o fornecimento de equipamentos da atividade do petróleo firmado por ela com empresas brasileiras. Maior companhia petrolífera da China, a PetroChina é subsidiária da China National Petroleum Corporation (CNPC), uma das três grandes petrolíferas semi-estatais chinesas. Em janeiro de 2010, ela foi considerada pela Ernst & Young (companhia líder global em auditorias, consultorias e transações corporativas) como a empresa de maior valor de mercado do mundo.Parceria. A Asperbras é uma companhia criada em Penápolis, no interior de São Paulo, na década de 50 do século passado. Inicialmente, dedicava-se à produção de tubos para irrigação. Com a expansão de suas atividades, transferiu a matriz para a cidade de São Paulo. Hoje, atua em cinco continentes, com focos na América do Sul e na África.No decorrer do período, a Asperbras diversificou sua atuação, estando presente em trabalhos de montagem industrial, rotomoldagem, saneamento, telecomunicações, construção de edifícios comerciais e residenciais, shoppings, loteamentos, concessionarias de veículos e implementos agrícolas, entre outros.Na área de petróleo, a Asperbras é dona de um sonda de perfuração, cedida à Petrobrás. O diretor da empresa, Francisco Colnaghi, integrante da futura diretoria da Bomcobras, informou que, inicialmente, a nova companhia empregará cem trabalhadores, de engenheiro e vendedores."A previsão é de que iniciaremos a construção dos equipamentos para a atividade de petróleo em um período de dois a três anos. Sempre tivemos interesse em abrir no Brasil uma base de fabricação de equipamentos. Agora surgiu a oportunidade da parceria com a Baoji", disse o executivo.A BRCP tem bem menos tempo de existência. Foi criada em São Paulo em 2008. Tornou-se logo, no Brasil, a representante comercial e legal da Bomco, maior fabricante chinês de máquinas e equipamentos pesados para a prospecção de petróleo.PARA LEMBRARA área de petróleo é uma das que vem despertando o maior interesse das empresas chinesas no Brasil. No ano passado, a estatal Sinopec anunciou um aporte de US$ 7,1 bilhões para ficar com uma participação de 40% da espanhola Repsol no Brasil, de olho na produção de petróleo do pré-sal. Esse é ainda o maior investimento já anunciado por uma companhia chinesa no País. Na mesma linha, outra estatal, a Sinochem, já havia anunciado em maio de 2010 a compra de 40% do Campo de Peregrino, da norueguesa Statoil, em um acordo de US$ 3 bilhões.Mas não só de petróleo vivem os investimentos chineses no País. Em março de 2010, o consórcio ECE fechou a aquisição da Itaminas, mineradora do empresário Bernardo Paz, por US$ 1,2 bilhão. E, em março deste ano, o grupo Chongqing Grain Group Corporation anunciou investimentos de R$ 4 bilhões para construção de um polo industrial de esmagamento e refino de óleo de soja na Bahia.

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