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Petroleiros ampliam greve, que afeta Campos

Principal pauta de reivindicação de sindicatos ligados à FUP é o fim da venda de ativos da Petrobrás; entidades descartam desabastecimento

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Bacia de Campos, que responde por 80% da produção, começou a parar ontem Foto: Marcos de Paula|Estadão

A greve na Petrobrás foi acelerada ontem quando sindicatos integrantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) desaceleraram a operação nas principais unidades da empresa. Na Bacia de Campos, que responde por 80% da produção de petróleo e gás natural no País, o movimento foi iniciado às 19h. As demais unidades entraram em greve, aos poucos, a partir das 15h. Os primeiros a parar foram os terminais. Não há perspectiva de interromper a produção a ponto de provocar desabastecimento de combustíveis, informou a FUP.

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A principal pauta de reivindicação da FUP é o fim do plano de venda de ativos da Petrobrás. Por estar com o caixa comprometido com dívidas, a empresa está se desfazendo de parte do patrimônio, na tentativa de fazer receita. No mês passado, anunciou a venda de 49% da subsidiária de distribuição de gás natural, a Gaspetro, para a japonesa Mitsui e ainda busca sócio para a BR Distribuidora.

Para a FUP, é possível engordar o caixa da empresa sem vender parte dela. Além de argumentar que o plano de desinvestimento vai gerar demissões, os sindicalistas alegam que ele impactará também na economia brasileira como um todo.

“A FUP e seus sindicatos vêm desde junho tentando discutir com a Petrobrás e com o governo alternativas para que a empresa continue cumprindo o seu papel de indutora do desenvolvimento nacional”, diz nota distribuída pela entidade. Os petroleiros citam estudo elaborado pelo Ministério da Fazenda, que aponta que, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixa de investir no Brasil, o efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 2,5 bilhões.

“Se o Plano de Negócios da empresa não for alterado, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019”, informa a federação na nota.

Adesão. Desde quinta-feira passada, empregados da Petrobrás fazem greve, mas por indicação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que tem menos sindicatos filiados do que a FUP. A FNP tem cinco sindicatos. A FUP, 12. Com a adesão da FUP, a greve ganha importância, pois atinge grandes unidades operacionais.

Um dos seus integrantes é o conselheiro de administração da Petrobrás Deyvid Bacelar.

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“Vamos cumprir a Lei de Greve, que garante uma cota de produção de combustíveis. A luta é por uma pauta que prevê a Petrobrás como indutora do crescimento. Não faria sentido paralisá-la”, diz o diretor de Comunicação da FUP, Francisco José de Oliveira.

Já os sindicatos da FNP pedem reajuste salarial de 18%. Em reunião com a estatal, na última quarta-feira, receberam a proposta de 5,7%. Ao fim do encontro, insatisfeitos com a petroleira, iniciaram a greve. A Petrobrás fez nova proposta (reajuste de 8,1%), mas os petroleiros consideraram que o porcentual não cobre a inflação do último ano e permanecem em greve por tempo indeterminado.

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