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Petroleiros criticam "manutenção dos interesses neoliberais"

Por Agencia Estado
Atualização:

A permanência de Rogério Manso e Rodolfo Landim em cargos de comando da Petrobras desagradou aos petroleiros do Rio de Janeiro. Manso foi reconduzido ao cargo de diretor de abastecimento e Landim foi transferido da presidência da Gaspetro para a presidência da BR Distribuidora. "Alguns nomes indicados representam a manutenção dos interesses neoliberais que nortearam as gestões da empresa durante o governo Fernando Henrique", disse o diretor da entidade Roberto Odilon Horta. O Sindipetro divulgou críticas às nomeações no jornal interno, distribuído entre os petroleiros, e está preparando um perfil de cada um dos novos diretores da companhia. "Esperávamos mudanças na Petrobras sob o governo Lula. E em alguns casos não houve mudança", afirmou o sindicalista. Segundo ele, Manso foi colaborador da política de reduzir investimentos em refino, que trouxe o risco de dependência excessiva das importações. Landim, acusa o sindicalista, teria sido "autoritário" durante a gestão como gerente executivo das operações na Bacia de Campos. O Sindipetro aprovou as nomeações de Ildo Sauer e José Sérgio Gabrielli para as diretorias de gás e energia e financeira. "O Ildo Sauer é uma das poucas vozes que se insuflaram contra o modelo energético proposto pelo governo Fernando Henrique e é crítico em relação ao programa de térmicas. É um acadêmico respeitado", afirmou Horta. A simpatia a Gabrielli é inversamente proporcional ao temor que a indicação causou no mercado financeiro. "Se causou rebuliço no mercado financeiro, já vemos com bons olhos", afirmou o sindicalista, que diz ter boas indicações sobre o executivo, apesar da falta de experiência. "A falta de experiência não nos preocupa. São pensadores, com excelente visão de País. Além disso, a Petrobras é uma máquina que funciona muito bem no dia-a-dia e tem um corpo gerencial muito competente", disse. A entidade ainda não tem dados suficientes para avaliar os outros nomeados, disse Horta, garantindo que as críticas não representam um rompimento, ou o fim de uma lua-de-mel com o governo Lula. "Estamos apenas registrando nossa posição", disse.

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