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Petroleiros entram em greve em todo o País nesta segunda

Sindicato rejeita proposta de participação dos lucros da Petrobras e diz que estatal não garante empregos

Por Solange Spigliatti , e Evandro Fadel e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Os petroleiros em todo o País paralisaram as atividades a partir da zero hora desta segunda-feira, 23, segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP). As primeiras paralisações tiveram início no fim de semana. A greve foi aprovada pelos trabalhadores na última quarta-feira, 18, e endossada por todos os seus sindicatos filiados na reunião do Conselho Deliberativo.

 

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Segundo a FUP, além de não responder às reivindicações da Federação referentes principalmente à segurança, garantia dos postos de trabalho nas empresas contratadas e ao extra-turno, a proposta apresentada pela Petrobras no último dia 16 cria um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) inaceitável, já que a empresa propõe tirar de quem recebe menos para garantir os ganhos de quem recebe mais, segundo a FUP.

 

São Paulo

 

No Estado de São Paulo, segundo o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetrosp), as refinarias de Campinas estão com cerca de 1.200 trabalhadores de braços cruzados. Em Mauá, são 500 funcionários paralisados.

 

De acordo com o Sindipetrosp, os funcionários não estão trabalhando nos terminais de São Caetano do Sul, Guarulhos, Guararema, desde o início desta segunda, assim como nas refinarias do litoral, nos terminais da Transpetro, em Capuava e Paulínia.

 

Na Replan, a gerência da Refinaria adotou o revezamento controlado "troca de turno de um trabalhador por vez", e em Barueri, a diretoria tentará realizar corte de rendição às 8 horas da manhã, segundo o sindicato.

 

De acordo com o sindicato, em algumas refinarias a produção está sendo controlada com a paralisação do bombeio, como em Guarulhos, produzindo o mínimo para não afetar a população. Além dos petroleiros, a adesão dos caminhoneiros que transportam o combustível está sendo esperada. Funcionários terceirizados de algumas unidades também estão aderindo à paralisação, segundo o sindicato.

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Paraná

 

Petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, que entrariam no turno desta manhã, aderiram à greve nacional da categoria e estão concentrados em frente à unidade. Eles afirmam que quem fechou as portas foi a direção da Repar. "Nós queremos entrar para exercer o direito de greve no nosso posto de trabalho", disse o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná, Silvaney Bernardi. "Queremos exercer nosso direito de pelego e entrar na unidade." A intenção dos petroleiros é controlar internamente a produção.

 

Segundo Bernardi, eles já foram impedidos de entrar no turno das 23h30. Dessa forma, os trabalhadores que entraram às 15h30 de domingo na empresa continuam garantindo a produção. "São mantidos em cárcere privado", acentuou o presidente do sindicato. No entanto, ele destacou que não há risco de desabastecimento de combustível mesmo que a greve se estenda pelos cinco dias previstos, em razão do estoque que garante normalidade por pelo menos 20 dias. Os petroleiros esperam que a direção da Repar os chame para uma mesa de negociação.

 

Bahia

 

Os trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, cortaram a rendição às 15h30 deste domingo, 22. Os petroleiros anteciparam a greve devido ao fato de a Petrobras ter ingressado na refinaria uma equipe de gerentes e supervisores. Na Fafen (Fábrica de Fertilizantes), o turno será cortado à meia-noite.

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