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Petroleiros farão greve nacional de 48h a partir de quinta

Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovou uma mobilização nacional de 48 horas, a partir de quinta-feira, por maior participação nos lucros da Petrobras e em repúdio à reação da estatal à greve realizada na bacia de Campos. De acordo com o diretor da FUP José Genivaldo da Silva, a greve não terá o objetivo de parar a produção na empresa, mas na próxima semana a categoria se reúne para decidir se fará uma paralisação mais longa e com parada de produção. Ele explicou nesta terça-feira que, como as plataformas de Campos já estão tomadas pelo plano de contingência da Petrobras e não é possível paralisar a produção, a estratégia será evitar que os trabalhadores ingressem nas refinarias da companhia. "Com certeza, ela (Petrobras) vai montar uma equipe de contingência também para as refinarias, mas nossa intenção não é parar a produção, é fazer um alerta", afirmou. A decisão da FUP acontece um dia depois de o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense iniciar uma greve de cinco dias na bacia de Campos pelo "dia do desembarque", uma luta de mais de dez anos para que a Petrobras considere o dia de saída do trabalhador da plataforma como dia de trabalho e não de folga. A bacia de Campos, responsável por 80 por cento da produção nacional de petróleo, chegou a ter algumas plataformas paralisadas no primeiro dia da greve, mas a produção foi normalizada ao longo do dia e nesta terça-feira atingiu 100 por cento da sua capacidade, com a adoção do plano de contingência da Petrobras. Os dirigentes da FUP criticaram a maneira como a estatal lidou com os grevistas, impedindo, segundo eles, que deixassem as plataformas como estava combinado. "A Petrobras está trazendo quem está de folga, quem está de férias, pessoas que nem são de plataformas, e não está deixando a equipe das plataformas desembarcar. Isso é cárcere privado", disse outro dirigente da entidade, José Maria Rangel. A Petrobras negou nesta terça-feira que esteja impedindo os empregados de deixarem as plataformas. Apesar de a produção da Petrobras ter sido normalizada, Rangel considerou o movimento de Campos vitorioso, "tanto que a Petrobras convocou reunião para esta quarta-feira". A estatal se reúne nesta quarta-feira para discutir o "dia do desembarque". [ID:nN15325523] NOVA GREVE Depois da mobilização de 48 horas, os petroleiros vão se reunir no início da próxima semana para decidir se farão uma paralisação mais longa e com parada de produção. "Poderá ser de cinco dias, igual a de Campos, ou por tempo indeterminado", disse Silva, da FUP. Além de Campos, a Petrobras conta com plataformas no Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná e São Paulo. Os petroleiros decidiram pela paralisação nacional depois de a categoria ter rejeitado uma proposta da estatal na semana passada sobre a participação nos lucros, por considerá-la insuficiente. A Petrobras ofereceu participação de 12,8 por cento, mas a FUP quer no mínimo 18 por cento.

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