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Petroleiros interrompem fornecimento na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Os sindicatos petroleiros das províncias de Santa Cruz e Chabut, na Patagônia argentina, decidiram interromper o envio de petróleo e gás a partir da zero hora de hoje, em protesto contra o aumento de 20% nas exportações de cru e seus derivados, decidido na semana passada pelo governo do presidente Eduardo Duhalde. O protesto inclui a mobilização de todos os trabalhadores do setor que temem a demissão de 15 mil pessoas. A paralisação dos petroleiros podem tomar uma proporção ainda maior e não se restringir apenas à região sul do país, onde se encontram as maiores produtoras de cru e derivados. A interrupção da produção de petróleo e do envio de gás visa provocar desabastecimento no norte da Argentina. O protesto dos petroleiros, de acordo com a imprensa argentina, conta com forte respaldo de políticos das província da Patagônia e de empresários e comerciantes vinculados com essa atividade. A paralisação é por tempo indeterminado. Na semana passada, o governo decidiu taxar em 20% as exportações de petróleo e derivados, com qual espera arrecadar pouco mais de US$ 700 milhões, recurso que seria destinado a fortalecer o sistema financeiro do país, que se encontram à beira do colapso. Com a medida, a Repsol YPF e a divisão de petróleo do Grupo Perez Companc serão os mais afetados. De acordo com cálculos do setor, a arrecadação desse imposto, que teria vigência de cinco anos, representaria cerca de US$ 800 milhões, partindo de uma base de exportações de quase US$ 4 bilhões em 2001. As companhias petroleiras e o governo tentaram, sem êxito, chegar a um acordo antes que as exportações fossem taxadas. Metade do resultado da exploração de petróleo da Repsol YPF, por exemplo, provém da Argentina. A multinacional espanhola explico que não tem condições, ainda, de avaliar o impacto do novo imposto. Apesar disso, a Repsol YPF vem estudando algum tipo de provisionamento no balanço de 2001, que deve ser apresentado até o final deste mês, para proteger a empresa de possíveis contingências futuras. Leia o especial

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