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Petróleo atinge máxima no ano com crise entre Irã e Ocidente

Em NY, o barril do petróleo fechou cotado a US$ 62,91, depois de bater em US$ 63

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta dos preços do petróleo acenderam o sinal amarelo no mercado financeiro nesta segunda-feira, dia 26. Em Nova York, o barril do petróleo fechou cotado a US$ 62,91, depois de bater em US$ 63, estabelecendo nova máxima para 2007, com o aumento das tensões entre o Irã e o Ocidente. O motivo é o programa nuclear de Teerã e a captura de militares britânicos na semana passada. Em Londres, a alta também foi forte. Os contratos de petróleo fecharam a US$ 64,41 por barril, em alta de 1,95%. Esta segunda-feira foi o quarto dia consecutivo que o Irã mantém sob sua custódia 15 integrantes da marinha britânica, presos no Golfo Pérsico, e isso levou os operadores de mercado a precificarem a perspectiva de um impasse neste caso e a possibilidade de um confronto militar com o país. Os britânicos foram capturados pela força naval iraniana nas águas disputadas de Shatt al-Arab, no Golfo Pérsico. O Irã sustenta que os britânicos entraram ilegalmente em suas águas territoriais, enquanto o Reino Unido argumenta que eles estavam em águas iraquianas conduzindo uma operação de busca de rotina de um barco. Nesta segunda-feira, o governo do Irã informou que os 15 integrantes da marinha britânica podem enfrentar acusações legais. O economista Arne Lohmann Rasmussen, do Danske Bank, observou que o importante não é saber se os britânicos estavam ou não em águas territoriais iranianas ao serem presos na sexta-feira. "A questão real é que os iranianos ousaram acirrar o conflito com o Ocidente", disse Rasmussen. "A prisão dos quinze marinheiros está sendo considerada como uma provocação séria pelo governo britânico e a Casa Branca, e o episódio ressalta as altas apostas que o Irã está disposto a fazer em sua atual disputa com a comunidade internacional em torno de seu programa nuclear." Segundo o analista, se o Irã não libertar os marinheiros, a "comunidade internacional ficará com poucas opções para evitar um endurecimento de sua retórica com o Irã, o que significaria uma escalada da situação e na qual o uso de força militar não poderia ser descartado". Além disso, observou Rasmussen, o impasse entre o Irã e o Reino Unido ocorre num momento que "os fundamentos dos mercados de petróleo se tornam mais apertados" a cada dia que passa. "Por isso, os preços devem continuar subindo em abril", disse. Queda na produção Além da atenção com os militares britânicos pelo Irã, outros fatores inerentes ao mercado também contribuíram para a pressão sobre os preços do petróleo. Os cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nos últimos meses foram acompanhados pela continuidade de um vigoroso consumo mundial. Nos Estados Unidos, a temporada de manutenção nas refinarias causou uma forte queda dos estoques de gasolina, justamente às vésperas da "driving season", quando aumenta a circulação de automóveis na primavera e verão norte-americano. Entidades como a Agência Internacional de Energia e do Centro para Estudo Energéticos Globais, além de analistas do mercado financeiro, alertavam que se Opep não elevar sua produção, os preços subiriam nos próximos meses. "Não nos surpreenderemos se o preço do barril superar os US$ 65 nesta semana e subir ainda mais em abril", disse o economista. O petróleo atingiu o recorde histórico de alta a US$ 78,40 dólares em julho do ano passado, devido a preocupações de que o conflito entre Israel e o Hezbollah pudesse se espalhar em outros países do Oriente Médio. Depois disso o petróleo cedeu, mas já subiu cerca de 26% desde meados de janeiro, quando chegou a ser cotado a US$ 49,90 por barril.

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