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Petróleo cai e fecha com maior queda em dólares desde 91

Desde o último recorde, na quinta-feira, barril da commodity já caiu 6,4%; baixa foi de US$ 5,33 nesta terça

Por Patrícia Fortunato e da Agência Estado
Atualização:

Os contratos futuros de petróleo caíram fortemente pela segunda sessão consecutiva. Confrontados com distúrbios em vários mercados, investidores realizaram lucro com o petróleo, que renovou recordes na semana passada. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril para agosto fechou com queda de US$ 5,33 (-3,77%), em US$ 136,04 por barril - foi o maior declínio em dólares, em um único dia, desde 17 de janeiro de 1991. Em Londres, o barril do Brent para agosto caiu US$ 5,44, para US$ 136,43. O petróleo já caiu 6,4% desde o fechamento recorde, a US$ 145,29, da quinta-feira passada. Era véspera de feriado de Independência e dia em que uma tempestade tropical se formou no Oceano Atlântico. Com o fim de semana prolongado pela frente, investidores temiam que na volta ao trabalho na segunda-feira lidassem com problemas em instalações de energia (em virtude da tempestade), o que levaria os preços da commodity para cima. Mas quando se previu que a rota de Bertha, agora um furacão, evitaria completamente a região produtora de petróleo no Atlântico, uma forte venda teve início - mais um sinal da grande volatilidade neste mercado. A mais recente correção nos preços do petróleo é um sinal de que a escalada da commodity no último ano não é "à prova de balas". "O que temos visto nos dois últimos dias é esta capacidade (de elevação dos preços) diminuir", disse Tom Bentz, analista sênior de energia do BNP Paribas. "As coisas estiveram em uma única direção por um longo tempo", acrescentou. Os preços do petróleo já avançaram cerca de 42% desde o início do ano devido a uma combinação de fatores, tais como o enfraquecimento da moeda norte-americana. O dólar mais fraco permite que investidores que usam outras moedas estrangeiras elevem o preço do petróleo. Além disso, a perspectiva de problemas de fornecimento em um mundo em que continua mostrando crescente necessidade de combustíveis também ajudou a commodity a disparar. Mas a alta do petróleo para níveis jamais vistos alimentou temores inflacionários, derrubando os mercados acionários e minando a confiança do consumidor - especialmente nos EUA, onde os motoristas têm de se adaptar à realidade de gasolina a US$ 4,00 por galão. De todo modo, analistas lembram que é cedo demais para jogar a toalha e apostar no fim dos preços elevados. "Certamente há pessoas aproveitando o forte recuo para comprar", declarou Christopher Mennis, presidente da New Wave Energy. Já Stephen Schork, editor de um boletim de energia, disse que "este filme (da alta do petróleo) tem mais seqüências que Rocky".

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