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Petróleo continuará barato até o fim de 2016

As cotações do petróleo chegaram ao menor nível em seis anos (abaixo dos US$ 50 o barril) nos últimos dias e deverão continuar em patamar baixo até o fim de 2016, preveem analistas do exterior e do Brasil. 

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Por Redação
Atualização:

O mais recente Relatório do Mercado de Petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostrou que as quedas das cotações da commodity se acentuaram desde julho. 

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Com os preços baixos e a melhora da atividade econômica nos Estados Unidos e na Europa, a demanda aumentou, mas nem por isso os estoques nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) analisados pela IEA diminuíram. Ao contrário, os estoques crescem porque a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continua expandindo a produção.

A recuperação dos preços do petróleo tende a ser lenta. O relatório sobre commodities do Banco Itaú estima que as cotações do tipo Brent deverão se limitar aos US$ 56 o barril no fim deste ano (os preços do futuro para setembro são inferiores a US$ 50 o barril) e permanecerão em níveis baixos até o quarto trimestre de 2016. 

Entre 2000 e 2014, segundo os dados da IEA, a demanda global de petróleo evoluiu de 77,2 milhões de barris/dia (b/d) para 92,6 milhões de b/d. A China, isoladamente, respondeu por 5,9 milhões de b/d ou 38,3% do total do aumento da demanda. Uma redução das importações chinesas, com a perda de dinamismo da economia, poderá tornar o mercado global do petróleo ainda mais fraco.

A IEA prevê que o Brasil elevará a produção de 2,52 milhões de b/d neste ano para 2,65 milhões de b/d em 2016. Se o ponto de equilíbrio for da ordem de US$ 60 o barril, será menor o benefício com a extração de óleo. Preços baixos afetam as exportações da Petrobrás e limitam o efeito positivo da exploração do pré-sal.

Não só no Brasil haverá diminuição da receita dos exportadores e desestímulo a novos investimentos. O problema afeta também outros produtores latino-americanos, como México, Colômbia e Equador.

No México foram fracos os resultados do último leilão de campos de petróleo – e o governo prepara mudanças para tornar os investimentos mais atrativos. No Brasil, 39 grupos se inscreveram para a 13.ª Rodada da Agência Nacional do Petróleo, marcada para dia 7, mas o número é considerado baixo. O País deveria se preocupar mais com investidores globais.

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