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Petróleo derruba mercados

O petróleo voltou a subir, e as bolsas despencaram no mundo inteiro. A Bovespa caiu 3,92%. O dólar e os juros dispararam. O ambiente passou a ficar ainda mais pessimista com os dados divulgados hoje a respeito da balança comercial brasileira.

Por Agencia Estado
Atualização:

O petróleo continua em alta, afetando os mercados no mundo inteiro. Os preços do produto em Londres do tipo Brent chegaram a US$ 34,46 por barril para entrega em novembro, com alta de US$ 0,48 em relação ao fechamento de sexta-feira. Embora reconheçam essa alta como especulativa, muitos analistas internacionais preocupam-se com a falta de capacidade ociosa nos países produtores, o que pode prejudicar o desejo dos importadores de aumento na produção no curto prazo. Segundo dados do governo brasileiro, a média do preço do barril do petróleo no primeiro semestre de 1999 e de 2000 aumentou 108%, passando de US$ 28,65 para US$ 13,72. A média de importação do Brasil foi de 315 mil barris diários. Consequentemente, as bolsas no mundo inteiro caíram. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,08%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em queda de -2,83%. A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - fechou com forte queda de 3,92%. Dados da balança comercial ajudam a fazer o dólar disparar Para piorar, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial brasileira voltou a apresentar déficit na terceira semana de setembro (11 a 17), ao registrar saldo negativo de US$ 137 milhões. No mês, até o dia 17, a balança comercial apresenta um déficit de US$ 267 milhões, com exportações de US$ 2,340 bilhões e importações de US$ 2,607 bilhões. O saldo acumulado da balança comercial de 2000 caiu para US$ 769 milhões. Os analistas já não acreditam que o saldo do ano chegue a US$ 1 bilhão. O ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, declarou que o governo não está focando seus esforços nos resultados do saldo, mas no aumento das exportações, que, nos últimos 12 meses aumentaram 17,4%. Os números decepcionantes devem-se, segundo ele, ao aumento das importações. Esses dados, somados às preocupações com o impacto do aumento prolongado do petróleo fizeram o dólar disparar. A cotação de fechamento da moeda norte-americana foi R$ 1,8590, com alta de 0,76%. No dia, chegou a ser negociado na máxima de R$ 1,8630. Nem a divulgação de uma emissão internacional de títulos do governo brasileiro no valor de 500 milhões de euros, podendo chegar a 750 milhões, se houver demanda, conseguiu animar os investidores. Juros também têm alta expressiva As preocupações com os efeitos da alta do petróleo sobre a inflação provocaram alta nos juros. O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, declarou que as fortes oscilações nas cotações do produto impedem o governo defina qualquer porcentual de reajuste para os combustíveis. Mas, como os preços não têm caído, um reajuste fica cada vez mais provável. Assim, os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 17,470% ao ano, frente a 17,180% ao ano sexta-feira.

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