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Petróleo deve gerar US$ 6,2 tri a países árabes até 2023

Por AE
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Os preços recordes do petróleo transformam o Oriente Médio e irão garantir nos próximos 15 anos lucros de pelo menos US$ 6,2 trilhões aos países do Golfo Pérsico, valor jamais visto pelas economias da região desde a descoberta do petróleo. Nas ruas de Abu Dabi, Doha ou Dubai, essa riqueza é flagrante e um número cada vez maior de empresas e bancos ocidentais são salvos por fundos de investimentos alimentados pelos petrodólares da região. Enquanto o mundo teme uma recessão causada pela crise americana, o Golfo tenta descobrir como conter um superaquecimento de suas economias. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, que acaba de ser divulgado, os lucros calculados dos países do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait, Omã e Bahrein) são baseados em um valor médio do petróleo de US$ 71 por barril. Caso a média seja de US$ 100, os ganhos serão de US$ 9 trilhões. A região ainda vem atraindo um número cada vez maior de imigrantes de todo o mundo, dispostos a preencher os novos postos de trabalho criados - ainda que com condições degradantes, sem democracia e com censura explícita. Nos Emirados Árabes, 80% dos 4,5 milhões de habitantes são estrangeiros. No canteiro de obras da Odebrecht em Abu Dabi, 100% dos 2 mil operários são de fora dos Emirados. Essa imigração massiva começou nos anos 90, quando os lucros no Golfo já somaram US$ 2 trilhões, valor equivalente aos PIBs do Brasil e da Índia juntos. O valor seria suficiente para comprar as dez maiores empresas americanas, como Exxon Mobil, Wal-Mart e General Motors. Não por acaso, americanos e europeus tremem ao falar dos fundos soberanos árabes. A venda de portos americanos para uma empresa de Dubai causou um terremoto político nos EUA e acabou não se concretizando. Isso não evitou novas aquisições. Há um mês, fundos de investimentos de Abu Dabi e Kuwait ajudaram bancos suíços a saírem de crises inéditas. Em 2007, a Abu Dabi National Energy Company ainda fez sete aquisições nos Estados Unidos, Canadá, Gana e Índia. Outra ofensiva vem ocorrendo no mercado imobiliário europeu, que sente os reflexos da crise das hipotecas de alto risco nos EUA. A empresa de Dubai ICD negocia a aquisição da tradicional Colonial, empresa imobiliária de Barcelona que enfrenta problemas com recessão no setor. A construtora Damac também anunciou que investirá US$ 30 bilhões em dez anos em pelo menos cinco países. A Bolsa de Dubai ofereceu US$ 5,8 bilhões pela operadora da bolsa sueca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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