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Petróleo fecha em alta apesar de liberação de reservas estratégicas dos EUA e outros países

Analistas avaliaram que o volume de reservas liberadas ficou abaixo do esperado e terá efeito limitado com uma possível reação da Opep

Foto do author Iander Porcella
Por Iander Porcella (Broadcast) e Letícia Simionato
Atualização:

O petróleo fechou em alta nesta terça-feira, 23, mesmo após os Estados Unidos e outros países anunciarem que vão liberar reservas estratégicas do óleo mineral com o objetivo de reduzir os preços. 

Posto de gasolina em São Francisco, nos Estados Unidos; petróleo fechou o dia em alta, mesmo após esforços dos Estados Unidos para diminuir o preço da commodity Foto: Jason Henry/ The New York Times

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Na avaliação de analistas, as medidas devem ter efeito limitado nas cotações. Durante a manhã, o preço da matéria-prima chegou a recuar no mercado internacional, mas passou a subir quando o foco dos operadores se concentrou na resposta que pode vir da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo que reúne grandes produtores como Arábia Saudita e Iraque.

O barril do petróleo WTI para janeiro encerrou o dia com ganho de 2,28% a US$ 78,50. Já o petróleo tipo Brent para igual mês subiu 3,27% a US$ 82,31 por barril.

Liberação de reservas internacionais

O governo americano anunciou pela manhã a liberação de 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas para tentar resolver o descompasso entre oferta e demanda, que causa a elevação dos preços. O Reino Unido deve liberar 1,5 milhão de barris e a Índia, 5 milhões.

Para o analista Criag Erlam, da consultoria Oanda, o volume anunciado ficou abaixo do esperado. "(A liberação0 não superou expectativas, então o mercado já estava posicionado", afirmou.

Em reação à estratégia coordenada entre os países, o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, reafirmou o compromisso do cartel com a garantia de um mercado de petróleo "estável e equilibrado" para produtores e consumidores e que garanta apoio à recuperação da economia global.

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Segundo Louise Dickson, analista da consultoria Rystad Energy, o movimento de hoje é uma "mensagem clara" para a Opep+ de que o grupo não é o único ator no cenário do mercado global de petróleo. A Opep+ reúne os membros da Opep e outros 10 países exportadores de petróleo, entre eles a Rússia e o México

"O esforço coordenado representa a formação de uma aliança não oficial do lado da demanda que mantém a Opep+ sob controle se ela dispara os preços a um nível considerado insatisfatório para estimular o crescimento econômico e manter o poder de compra do consumidor sob controle", diz a profissional da consultoria norueguesa.

Agora é esperado que a Opep+ discuta seu acordo de produção com mais detalhes na próxima semana, o que irá influenciar o desenho de qualquer novo acordo de oferta. Também há incerteza sobre as perspectivas de demanda, em meio a novas restrições de mobilidade na Europa para conter a piora da pandemia de covid-19.

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