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Petróleo fecha em preço recorde e Petrobras avalia reajustes

Alta acontece no mesmo dia em que a Opep anuncia alta na produção. Contudo, estoques nos EUA preocupam

Por Reuters
Atualização:

Os contratos futuros de petróleo nos Estados Unidos fecharam em nível recorde de alta nesta terça-feira, acima de US$ 78, após uma decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não ter conseguido acalmar as preocupações sobre a queda dos estoques mundiais. Em Nova York, o contrato subiu US$ 0,74 e fechou cotado a US$ 78,23 por barril, maior preço já registrado em fechamento e próximo do recorde intraday de US$ 78,77 visto em 1º de agosto. O petróleo tipo Brent, negociado em Londres, teve alta de US$ 0,90 dólar, para US$ 76,38. No Brasil, Petrobras anuncia que, se valor do barril resistir, os preços dos combustíveis podem subir. A Opep, que fornece mais de um terço do petróleo mundial, decidiu elevar a produção em 500 mil barris por dia a partir de 1º de novembro, em meio às preocupações dos mercados sobre uma potencial escassez no último trimestre do ano. "Parece que isso vai fazer alguma pressão de alta (para os preços do petróleo) novamente, porque, no começo da manhã, havia rumores de que eles aumentariam (a produção) entre 700 mil e 1 milhão de barris por dia", disse Jim Ritterbusch, presidente da Ritterbusch & Associates. Em entrevista coletiva, o secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri, disse que "nossa mensagem aos consumidores é que nos importamos e é por isso que aumentamos a produção em 500 mil bpd". O grupo concordou ano passado em retirar 1,7 milhão de bdp do mercado. Países consumidores estavam prevendo uma queda nos estoques de petróleo até janeiro de 2008 se a Opep não aumentasse a produção. Além disso, segundo uma pesquisa da Reuters com analistas, os estoques de petróleo bruto e gasolina nos EUA devem ter registrado nova queda na semana terminada em 7 de setembro, devido principalmente ao verão norte-americano, quando se consome muito combustível. Contudo, preocupações sobre uma desaceleração na economia dos EUA, pressionada por problemas no mercado imobiliário de alto risco, lançaram dúvidas quanto a um crescimento da demanda do maior consumidor de petróleo do mundo.   Petrobras   A Petrobras espera que os preços do petróleo recuem com o fim da temporada de férias nos Estados Unidos, mas informou que, se o patamar atual ao redor dos US$ 77 dólares resistir por mais tempo, os preços dos combustíveis no Brasil poderão ser reavaliados. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que o aumento recente da cotação do produto é cíclico e que o normal seria um recuo, mas uma mudança nesse padrão é uma possibilidade. "O preço subiu por causa do ''driving season''. Passado isso, tende a arrefecer", disse Barbassa a jornalistas, durante evento no Rio, referindo-se às férias nos EUA, quando o aumento das viagens eleva a demanda por combustíveis. "Se não arrefecer, se continuar a crescer de maneira contínua, pode vir a mudar o cenário", acrescentou.

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