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Petróleo fecha em queda de mais de 6%, a US$ 104, após decisão dos EUA de liberar reservas

Governo Biden decidiu liberar até 1 milhão de barris por dia durante 6 meses para conter a alta do petróleo; grupo Opep+, que inclui a Rússia, também decidiu elevar o ritmo de produção a partir de maio

Por Matheus Andrade
Atualização:

Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte baixa nesta quinta-feira, 31, após o anúncio da liberação de 1 milhão de barris por dia (bpd) das reservas especiais dos Estados Unidos para tentar conter os preços dos combustíveis, o que pressionou o preço no mercado internacional. Além disso, a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de aumentar gradualmente sua produção também influenciou a queda das cotações.

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O contrato do Brent para junho recuou 6,04% (US$ 7,54), a US$ 104,71 o barril, na Intercontinental Exchange. O índice é a principal referência usada pela Petrobras. Nos Estados Unidos, os contratos do petróleo WTI para maio fechou em baixa de 6,99% (US$ 7,54), a US$ 100,28 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex).

A consultoria Eurasia considera que a liberação de reservas enfrentará problemas "técnicos e políticos". Os EUA devem disponibilizar até 1 milhão bpd durante 180 dias além de atuar para coordenar liberações com outros países da Agência Internacional de Energia (AIE). 

Duto de petróleo no Texas; governo Biden quer usar reservas estratégicas para forçar queda dos preços Foto: Richard Carson/Reuters - 09/06/2016

A avaliação é de que o país não tem capacidade de acelerar o crescimento da produção no curto prazo, nem de fomentar grandes avanços de outras nações produtoras. Com isso, a liberação é o meio mais efetivo para colocar pressão imediata de baixa nos preços.

Ainda assim, a Eurasia acredita que o risco geopolítico continua a impor pressão de alta sobre os preços e que a liberação não compensará totalmente os descasamentos na oferta. 

Opep+ eleva produção

Enquanto isso, a Opep+ decidiu hoje acelerar o ritmo de aumento da produção da commodity a 432 mil bpd a partir de maio. Anteriormente, o grupo vinha elevando a oferta em 400 mil bpd mensalmente, conforme acertado no ano passado. 

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Na visão da consultoria Capital Economics, a grande questão é se o grupo conseguirá cumprir com a meta. A consultoria observa alguns desafios para isso, como uma provável queda na produção russa por conta das sanções ocidentais.

O presidente Joe Biden; estratégia para conter a Rússia Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA - 31/03/2022

Enquanto isso, a intenção do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em receber pelas exportações de hidrocarbonetos limitou as perdas do petróleo. Hoje, o líder assinou um decreto em que determina que "países não amigáveis" paguem compras de gás natural russo por meio de rublos, não mais em dólar ou outras divisas. 

"O Ocidente terá que pagar pela guerra econômica que deflagra contra o nosso país", afirmou Putin, no discurso em que revelou a medida. Já europeus seguem indicando que a medida representa quebra contratual.