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Petróleo vira e fecha em alta por temor de greve na Nigéria

Possibilidade de paralisação em unidade da Chevron no país levam commodity a fechar em US$ 136,68

Por Patrícia Fortunato e da Agência Estado
Atualização:

Depois de três quedas consecutivas, o petróleo subiu nesta quarta-feira, 18, e fechou acima de US$ 136,00 por barril por causa de preocupações com o fornecimento na Nigéria. Na New York Mercantile Exchange Nymex), o barril WTI para julho encerrou com alta de US$ 2,67 (+1,99%), em US$ 136,68. Em Londres, o barril do Brent para agosto fechou com elevação de US$ 2,72, em US$ 136,44.   O petróleo operou em queda durante boa parte do dia, mas a possibilidade de greve em uma unidade da Chevron na Nigéria fez a commodity virar. As negociações para que a paralisação não ocorra devem prosseguir nesta quinta, disse um sindicalista à Dow Jones. Mais cedo, a agência Reuters relatou que as conversas não tinham surtido resultados, provocando medo entre corretores.   No mês passado, a Nigéria produziu 1,9 milhão de barris de petróleo - 2,2% do fornecimento mundial, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Sabotagens e protestos levaram o país a suspender a produção de mais de 500 mil barris diários, o que contribuiu com a alta da commodity. A Nigéria é fonte de um tipo de petróleo apreciado pelas refinarias norte-americanas pela facilidade de conversão em produtos refinados, como a gasolina.   "Esta questão da greve na Nigéria é grande porque este é o petróleo que queremos", afirmou Tony Rosado, corretor da Global Markets. "Sempre que o petróleo leve nigeriano está em foco, os preços se movem", completou Rosado.   O mercado continua à espera de informações sobre o volume e o momento de um potencial aumento de produção na Arábia Saudita. No próximo domingo, 22, a cidade saudita de Jeddah será palco de um encontro entre grandes produtores e consumidores de petróleo. Muitos esperam que os sauditas anunciem um aumento de 200 mil barris diários na produção, mas os líderes do país têm se mostrado reticentes.   Enquanto isso, o presidente norte-americano George W. Bush defendeu nesta quarta um plano para ampliar a produção de combustíveis dentro dos EUA e pressionou o Congresso a agir antes de 4 de julho. Bush disse que os congressistas devem suspender restrições à perfuração de petróleo no litoral do país, abrir o refúgio nacional ártico no Alasca para exploração, desenvolver recursos para xistos e expandir a capacidade das refinarias domésticas de petróleo.   Também nesta quarta, o Departamento de Energia dos EUA informou que os estoques do país perderam 1,3 milhão de barris de petróleo na semana encerrada em 13 de junho, queda idêntica à esperada por analistas. Foi a quinta semana seguida de queda.   Os dados continuam apontando enfraquecimento na demanda por petróleo, que caiu 1,3% nas quatro últimas semanas em comparação ao mesmo período do ano passado. "A sólida erosão de demanda que todos esperavam para ver ocorreu", disse Peter Van Cleve, presidente da corretora T.W. Energy Consulting.

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