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Petróleo volta a ser cotado abaixo dos US$ 30 e derruba bolsas globais

Em Nova York, barril teve queda de 3,88%, fechando a US$ 29,69, por conta das preocupações em relação ao excesso de produção; na Europa, o índice que reúne as principais ações fechou no menor nível desde 2013

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Por Redação
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A turbulência voltou aos mercados internacionais ontem. O petróleo voltou a ser cotado abaixo dos US$ 30, e foi um dos principais fatores de pressão para que as maiores bolsas globais fechassem em queda. Na Europa, preocupações sobre a saúde de alguns bancos também jogaram os indicadores para baixo. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações de empresas europeias, fechou com queda de 3,4%, a 1.239,68 pontos, o menor nível desde outubro de 2013.

No caso do petróleo, a queda nas cotações foi provocada pelo aumento das preocupações com o excesso de oferta, depois que uma reunião no fim de semana entre produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Arábia Saudita e Venezuela terminou sem planos de corte na produção. Com isso, a expectativa de que pudesse haver um acordo entre produtores para cortar a oferta e apoiar os preços diminuiu.

Operadores na Bolsa de Valores de Nova York; índices fecharam em queda, com temores sobre a economia global Foto: AP

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Em Nova York, o barril de petróleo para entrega em março fechou cotado a US$ 29,69, uma queda de 3,88% em relação ao preço da semana passada. Em Londres, o barril do petróleo tipo Brent, para entrega em abril, recuou 3,46%, cotado a US$ 32,88.  A queda nas cotações, que coloca em dúvida o próprio ritmo de crescimento da economia global, provocou uma queda praticamente generalizada nas bolsas. Na Europa, Londres caiu 2,71%, Paris recuou 3,20% e Frankfurt, 3,30%. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou em queda de 1,1%, enquanto a Nasdaq recuou 1,82%.

“Nós precisamos que o petróleo se estabilize para dar alguma confiança para os investidores, porque o estresse dos investidores está alto, a perspectiva de lucros está baixa e os fundamentos do mercado continuam a se enfraquecer”, disse Terry Sandven, estrategista-chefe de equities do US Bank Wealth Management, em Minneapolis.

A cotação do petróleo também foi influenciada pela informação de que a petrolífera francesa Total iniciou o bombeamento de gás natural no Mar do Norte. Com isso, o projeto de gás natural em águas profundas a oeste das ilhas Shetland – chamado de Laggan Tormore – vai produzir o equivalente a 90 mil barris de petróleo por dia, ou quase 6% da produção total do Reino Unido. Um relatório do banco Morgan Stanley adicionou pressão a esse cenário, ao afirmar ser improvável que o excesso de oferta no mercado de petróleo diminua antes de 2017.

Emprego. Os mercados financeiros também refletiram ontem os dados de emprego dos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira, e que mostraram a criação de 150 mil em vagas em janeiro, abaixo das expectativas de 190 mil.

Além disso, embora os mercados na China estejam fechados, por causa do feriado do Ano Novo Lunar, notícias negativas vindas do gigante asiático impactaram as bolsas. No fim de semana, o país informou que suas reservas cambiais recuaram ao menor nível em mais de três anos. Ou seja, recursos continuam deixando a segunda maior economia do mundo, em meio à desconfiança entre investidores sobre a condição da economia chinesa e diante da probabilidade de maior depreciação do yuan.

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Na Itália, os bancos foram mais uma vez o foco dos investidores. O UniCredit fechou com queda de 5,82%, depois que o jornal La Repubblica publicou que pode haver mudanças na gestão. E O Monte dei Paschi di Siena caiu mais de 11% depois que o JPMorgan e BNP Paribas cortaram o preço-alvo de suas ações. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS  

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