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Petros não cumprirá meta e aproveita crise para ir às compras

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

A Petros não cumprirá a sua meta atuarial esse ano em razão da crise financeira internacional, mas o fundo de pensão da Petrobras quer aproveitar as "pechinchas" na bolsa de valores para ir às compras e aumentar o peso da renda variável em sua carteira, informou o presidente da instituição, Wagner Pinheiro. O objetivo da Petros é voltar a ter no ano que vem mais de 30 por cento da carteira total em renda variável. Com a crise financeira global, que abalou as bolsas de valores de todo o mundo, a participação da renda variável na carteira do fundo baixou de 31 para 28 por cento. "Continuamos com 12 por cento de Perdigão, 2 por cento de CPFL e 2 por cento na Vale... a volatilidade em termos de preços vai diminuir em 2009. Pode ser um bom ano para o Brasil e seus ativos, porque o Brasil perdeu a oportunidade de usufruir do grau de investimento. O cenário é postivo", disse o executivo em evento sobre Fundos de Pensão no Rio de Janeiro. "O valor dos ativos diminuíram, como todos sabem, e isso possibilita alternativas positivas e vantajosas para entrar em negócios que você estava analisando e agora está mais barato... vamos comprar mais (no mercado). Estamos com posição compradora na bolsa de valores", afirmou Pinheiro. Esta semana, lembrou o executivo, a Petros formalizou o aumento da sua participação na Lupatec, que fornece dutos à Petrobras. "Vínhamos estudando o investimento nessa empresa e com a crise de liquidez entramos em um valor melhor", acrescentou. Pinheiro declarou que os alvos da Petros no mercado são os setores de energia e infra-estrutura, além das estrelas Petrobras e Vale. Ele cogitou também a possibilidade de entrar no leilão de linhas de transmissão das usinas do Rio Madeira, programadas para o fim do ano. O executivo admitiu que as perdas na carteira de renda variável, cujo montante ele preferiu não calcular, "porque elas não foram realizadas", vão impedir que a Petros cumpra sua meta atuarial esse ano. A meta seria inflação mais 6 por cento ao ano. "Dificilmente vai dar para bater (a meta). Na bolsa de valores você às vezes assiste ralis... o resultado das bolsas é que faz com que não tenha um resultado bom esse ano", avaliou Pinheiro, destacando que na carteira de renda fixa da entidade até setembro a alta era de 9 por cento. Com a queda das bolsas no entanto a valorização total da carteira estava em 3 por cento até o mês passado. PREVIDÊNCIA SOCIAL Apesar da crise fianceira internacional e seus impactos sobre o crescimento da economia real , o ministro da Previdência Social, José Pimentel, manteve a esperança de zerar o déficit da previdência social (urbana) em 2009 e de atingir um superávit em 2010, fato que não ocorre desde a década de 1985. Pimentel acredita que se o PIB crescer 4 por cento em 2009 será possível estancar o déficit. "Durante a década de 90 até 2006 eram necessários 15 bilhões de reais para fechar a previdência urbana. Esse ano vamos precisar entre 2 e 2,4 bilhões de reais. Em 2009, a intenção é zerar e que em 2010 volte a ser superavitário," declarou o ministro no mesmo evento. Ele destacou que a redução do déficit é resultado do crescimento econômico, da fiscalização mais rigorosa e do incremento na formalização do emprego. (Edição de Denise Luna)

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