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Peugeot vai exportar motor bicombustível para França

Os motores serão usados na fabricação dos carros Peugeot 307 e Citroën C4

Por Agencia Estado
Atualização:

A fábrica da PSA (Peugeot Citroën) em Porto Real, no Rio, passará a exportar no primeiro semestre deste ano motores bicombustíveis (flexfuel) para a França. Os protótipos já foram embarcados em janeiro. Os motores serão usados na fabricação dos carros Peugeot 307 e Citroën C4, que serão lançados na França no segundo semestre, na versão flexfuel. Segundo informações da PSA, a empresa será a primeira montadora no Brasil a exportar motores bicombustíveis para a Europa. Hoje os motores já são exportados para a Argentina, para a montagem de alguns modelos das duas marcas que são vendidos no Brasil. A ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, acompanhada de uma delegação de autoridades e empresários daquele país, conheceu nesta sexta-feira a tecnologia flexfuel e visitou uma exposição de carros bicombustíveis montada pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no estacionamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em Brasília. Na Europa, apenas a Suécia já possui carros bicombustíveis. O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, explicou que o Brasil quer aproveitar comercialmente o lançamento pela França, este ano, do programa de mistura de álcool à gasolina. "Nós tínhamos o interesse de mostrar a nossa produção de etanol e da tecnologia flexfuel porque nós temos bons preços, boas condições e somos craques neste negócio", disse, após receber a delegação francesa. Ano da França Mugnaini disse que foi acertada a realização no Brasil, em 2009, do Ano da França no Brasil. O evento consistirá em exposições culturais e de promoção comercial em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Em 2005, já houve a realização do Ano do Brasil na França. Os governos dos dois países também vão tentar promover a harmonização das estatísticas de comércio exterior. O secretário explicou que as exportações brasileiras para a França entram pelos portos da Bélgica e da Holanda e, por isso, são registradas como vendas para os Países Baixos. Por outro lado, a França contabiliza como importações do Brasil. Em 2006, segundo os dados da balança comercial brasileira, o Brasil exportou US$ 2,662 bilhões e importou US$ 2,836 bilhões. Durante a visita desta sexta foram assinados dois acordos. A Apex-Brasil e a Ubifrance (agência francesa para o desenvolvimento internacional de empresas) assinaram um acordo que prevê a organização de eventos de promoção comercial para desenvolver seus respectivos setores de tecnologia e excelência. O outro acordo prevê que a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) e a Minatec (centro para inovação em micro e nanotecnologia da França) vão criar uma rede de integração do conhecimento em nanociência e nanotecnologia das universidades do Amazonas, Pernambuco e o instituto francês. No sábado, a ministra francesa visitará a Usina de Angra dos Reis. No domingo e na segunda-feira, tem compromissos no Rio de Janeiro, e na terça-feira conhecerá a fábrica da Embraer em São José dos Campos (interior de São Paulo). Angra 3 Christine Lagarde defenderá a participação da companhia francesa Areva na reativação das obras e na operação da usina nuclear de Angra 3. O mesmo pleito já havia sido apresentado, em 2006, pelo presidente francês, Jacques Chirac, durante sua visita oficial ao Brasil. Acompanhada da presidente da Areva, Anne Lauvergeon, Lagarde tratará desse assunto nos encontros que terá hoje à tarde com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Paralisada há 20 anos, a usina de Angra 3 consta de anexos do Programa de Aceleração do Acrescimento (PAC). A geração de energia elétrica prevista em Angra 3, de 1,35 megawatts, também foi contabilizada no adicional de energia do PAC para 2010. Embora incompleta, a obra de Angra 3 custa R$ 1,6 bilhão ao ano para o governo federal.

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